Grupo Parlamentar do PS salienta perda irreparável de Rocha Andrade
O Grupo Parlamentar do PS considerou hoje que a morte de Fernando Rocha Andrade, professor universitário, antigo secretário de Estado e dirigente socialista, constitui uma perda irreparável para o partido e deixa um imenso vazio.
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País Rocha Andrade
Fernando António Portela Rocha de Andrade, antigo secretário de Estado do primeiro Governo de António Costa, licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra e doutorado na especialidade de Ciências Jurídico-económicas faleceu hoje, aos 51 anos, vítima de doença prolongada.
"O Grupo Parlamentar do Partido Socialista expressa o seu mais profundo pesar pelo falecimento de Fernando Rocha Andrade, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do XXI Governo Constitucional, dirigente nacional e um dos melhores quadros do PS. O seu desaparecimento é uma perda irreparável para o PS, mas é, sobretudo, para muitos de nós, a perda de um muito querido amigo e de um insubstituível camarada", refere-se numa nota divulgada pela bancada socialista.
Para a bancada do PS, que é liderada por Ana Catarina Mendes, Fernando Rocha Andrade "foi um dos melhores da sua geração, um espírito sempre livre e lúcido, irreverente e consistente, um prestigiado académico, que parte cedo demais e deixa um imenso vazio".
"Apesar da sua retirada da vida política ativa e do seu regresso a uma carreira académica que todos reconheciam como brilhante, na "sua" Universidade de Coimbra, Fernando Rocha Andrade manteve sempre o seu empenho e sua militância ativa no PS -- que já mantinha desde os tempos da JS -, colaborando em tudo o que lhe era solicitado, e emprestando sempre o seu imenso conhecimento, sageza política, a sua camaradagem e a sua amizade, com o mesmo espírito e entusiasmo, até ao fim", refere-se.
A bancada socialista considera depois que a sua morte tão prematura constitui "um terrível abalo".
"Recordá-lo-emos como uma referência para toda uma geração de socialistas, pela sua inesgotável capacidade técnica e política, pela ironia permanente com que encarava a vida em todas as suas dimensões, por ter sido sempre, em todas as circunstâncias e acima de tudo, um cidadão livre. À sua família, aos seus amigos e aos seus camaradas queremos expressar, neste momento tão doloroso, toda a nossa solidariedade. A vossa perda é a nossa perda, a vossa dor é a nossa dor", acrescenta-se.
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No plano da ação governativa, foi primeiro sub-secretário de Estado da Administração Interna do XVII Governo Constitucional (2005-2007), liderado por José Sócrates, num Ministério tutelado por António Costa.
Com a formação do primeiro executivo liderado por António Costa, desempenhou as funções de secretário de Estado dos Assuntos Fiscais entre novembro de 2015 e 2017.
Na esfera partidária, Fernando Rocha Andrade foi eleito deputado à Assembleia da República pelo círculo de Aveiro, na XIII legislatura (2015 e 2019), tendo integrado as comissões de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e de Orçamento e Finanças.
Foi membro da primeira equipa do Secretariado Nacional do PS liderada por António Costa a partir de novembro de 2014.
Na equipa que elaborou o cenário macroeconómico do programa eleitoral que o PS apresentou para as legislativas de 2015, que foi liderada pelo atual governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, Fernando Rocha Andrade foi o único elemento que não tinha formação profissional de economista.
Fernando Rocha Andrade licenciou-se em Direito em janeiro de 1995 com uma média de 16 valores e concluiu o mestrado em jurídico-económicas em 2002.
Docente da Faculdade de Direito de Coimbra desde 1995, lecionou nas disciplinas de Economia Política, Economia e Finanças Públicas e Finanças Públicas I e II, da licenciatura em Direito; e de Finanças Públicas da Licenciatura em Administração Público-Privada.
Ainda em relação ao plano da ação governativa, Fernando Rocha Andrade foi adjunto de António Costa quando o atual primeiro-ministro desempenhou as funções de ministro dos Assuntos Parlamentares no XIII Governo Constitucional (1995-1999), o primeiro liderado por António Guterres.
No segundo executivo de António Guterres, entre 2000 e 2002, foi novamente Adjunto de António Costa como ministro da Justiça no XIV.
Desempenhou ainda funções de assessor do presidente do Tribunal Constitucional em 2003, foi administrador não executivo e membro da comissão de auditoria da REN, Redes Energéticas Nacionais, SGPS, S.A. (2008-2011).
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