Covid-19 "mantém transmissibilidade muito elevada" em Portugal
Conclusões do Relatório de Monitorização da Situação Epidemiológica da Covid-19.
© Pedro Fiúza/NurPhoto via Getty Images
País Covid-19
"Da análise dos diferentes indicadores, a epidemia de Covid-19 mantém transmissibilidade muito elevada, com tendência estável. O sistema apresenta capacidade de acomodar um aumento de procura por doentes com Covid-19, que pode vir a acontecer nos próximos dias dado o aumento do número de casos na população acima dos 65 anos". Estas são algumas das conclusões do Relatório de Monitorização da Situação Epidemiológica da Covid-19 revelado esta sexta-feira pela Direção Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
No mesmo documento, que veio substituir o 'Relatório das Linhas Vermelhas', é ainda referido que o "impacto na mortalidade geral é reduzido, não obstante a mortalidade específica de Covid-19 se encontrar acima do valor de referência definido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC)". Neste seguimento, "deve ser mantida a vigilância da situação epidemiológica da Covid-19" e recomenda-se a "manutenção das medidas de proteção individual nos grupos de maior risco e a vacinação de reforço".
A DGS e o INSA acrescentam ainda que o número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 7 dias, "foi de 762 casos, com tendência estável a nível nacional e em todas as regiões de saúde do continente", exceto na Região Autónoma dos Açores, que "apresentou uma tendência decrescente".
Quanto ao R(t), este "apresenta um valor superior a 1 a nível nacional (1,02) e na maioria das regiões, indicando uma tendência crescente". Já o número de pessoas com Covid-19 internadas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no Continente "revelou uma tendência decrescente, correspondendo a 26% (no período em análise anterior foi de 31%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas", é também indicado no Relatório de Monitorização da Situação Epidemiológica da Covid-19.
Variantes e mortalidade em Portugal
Segundo as entidades, a linhagem BA.2 da variante Ómicron "é claramente dominante em Portugal", estimando-se "uma frequência relativa de 82% à data de 14 de março de 2022". A DGS e o INSA avançam também que a linhagem BA.1 da variante Ómicron "regista uma frequência relativa estimada de 18% à data de 14 de março de 2022, com tendência decrescente".
Sobre a mortalidade específica por Covid-19 (27,7 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes) "apresenta uma tendência decrescente", sendo que a "mortalidade por todas as causas encontra-se dentro dos valores esperados para a época do ano, o que indica reduzido impacto da pandemia na mortalidade, apesar do valor da mortalidade específica por Covid-19 se encontrar acima do limiar definido pelo ECDC".
Por fim, o mesmo documento dá ainda conta de que "as pessoas com um esquema vacinal completo tiveram um risco de internamento duas a seis vezes inferior do que as pessoas não vacinadas, entre o total de pessoas infetadas em janeiro de 2022", com as pessoas com um "esquema vacinal completo tiveram um risco de morte uma a duas vezes inferior ao das não vacinadas, entre o total de infetados em fevereiro de 2022".
"Na população com 80 e mais anos, a dose de reforço reduziu o risco de morte por Covid-19 em quase três vezes em relação a quem tem o esquema vacinal primário completo", conclui-se.
[Notícia atualizada às 17h52]
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