Cibercrime. PJ detém 25 pessoas por burla com material de proteção Covid
Acediam ao sistema informático das empresas e induziram as vitimas a efetuar avultadas transferências monetárias por material que nunca receberam. Prejuízo é superior a 1 milhão.
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País Cibercrime
A Polícia Judiciária conseguiu deter 25 pessoas numa operação de combate ao cibercrime transnacional, informam em comunicado.
Através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), com a colaboração de várias outras unidades da Policia Judiciária, em articulação com a 3.ª Secção do DIAP de Cascais, foram detidos 25 indivíduos e cumpridos 27 mandados de buscas domiciliárias e não domiciliárias, nos concelhos de Lisboa, Cascais, Amadora, Almada, Setúbal, Loures, Espinho e Porto.
Segundo a nota, a investigação começou em meados de 2020, estando em causa a prática reiterada de crimes de burla informática, acesso ilegítimo, falsidade informática, falsificação de documentos, branqueamento e associação criminosa.
Durante a pandemia, "aproveitando o facto de as relações comerciais ocorrerem por via digital", os os arguidos conseguiram aceder "pelas mais diversas formas, nomeadamente através demalware, às caixas de correio eletrónico das empresas"- Depois, usando o esquema fraudulento conhecido por 'CEO Fraud', caraterizado pelo acesso ilegítimo aos sistemas informáticos das empresas, conseguiam depois monitorizar e substituir-se na sua atividade comercial.
Faziam-se passar pelas verdadeiras empresas e criaram vários endereços de correio eletrónico fraudulentos, "alteraram dados de pagamento e induziram as vitimas a efetuar avultadas transferências monetárias, para contas bancárias por si controladas e que se destinavam ao branqueamento de capitais", pode ler-se na nota.
Paralelamente criaram 'websites' que simulavam empresas já existentes e que se dedicavam à comercialização de produtos de proteção individual, como "luvas de látex, fatos de proteção, máscaras cirúrgicas e álcool-gel e após receberem o contacto das empresas interessadas, contactavam as mesmas por e-mail ou telefone, fechando negócios com a condição da realização do pagamento antecipado". Tinham 'contas mula' abertas- a maioria estrangeiras, para onde ia o dinheiro, sendo que os compradores nunca chegavam a receber nenhuma mercadoria.
"No total foram utilizadas cerca de 50 contas bancárias nacionais para o branqueamento de capitais, cujo prejuízo patrimonial apurado é já superior a 1 milhão e 300 mil Euros", refere a Polícia Judiciária.
Os arguidos, 20 homens e 5 mulheres, 10 de nacionalidade portuguesa e 15 de nacionalidade estrangeira, têm idades compreendidas entre os 20 e os 60 anos. Serão presentes às autoridades judiciárias para aplicação das medidas de coação.
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