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Velas retomou o culto com "menos de um terço" das pessoas, diz padre

O culto voltou às Velas, em São Jorge, Açores, mas com "muito menos gente" do que acontecia antes da crise sismovulcânica, cerca de "menos de um terço" do que era habitual, afirmou hoje o padre António Azevedo.

Velas retomou o culto com "menos de um terço" das pessoas, diz padre
Notícias ao Minuto

16:55 - 03/04/22 por Lusa

País Crise sísmica

Em declarações à agência Lusa, o pároco, que serve as freguesias de Velas, Beira e Urzelina, avançou que só uma "percentagem muito pequena" da população compareceu às celebrações deste fim de semana.

"Ao fim de semana costumo a ter nessas celebrações centenas de pessoas e se eu hoje for juntar tudo nem chego às 100. Nem nada que se pareça", afirmou.

O padre António Azevedo dá o exemplo da missa celebrada no centro da freguesia de Velas (no concelho com o mesmo nome), onde "nem um terço" das pessoas que costumavam frequentar a celebração antes da crise sismovulcânica apareceu.

"Costumava a ter na celebração aqui nas Velas perto 100 a 150 pessoas. Tive hoje umas 30. Talvez nem tanto", revelou.

Salientando que o culto só esteve interrompido durante uma semana, o pároco, que é natural de São Jorge, diz que a população ainda sente "muito medo".

"O culto só esteve interrompido uma semana e fez essa diferença. Há muita gente fora [da ilha e do concelho] e há muita gente desorientada. Até já podem estar cá, mas as pessoas estão assustadas. As pessoas estão doentes. Isso prolongando-se até causa doença", afirmou.

António Azevedo realçou que a sua "função é transmitir serenidade" à população e "cultivar a alegria" numa terra onde "não há sossego".

"Não posso ter um discurso de há uns anos atrás, que ainda existe hoje, de que isto é um castigo e de encarar esses abanões no sentido da conversão. Até podia-se dizer isso, agora que estamos na Quaresma, mas nem sequer isso. A questão é que Deus ama-nos mais do que aquilo que possamos pensar", declarou.

A ilha de São Jorge, nos Açores, contabilizou mais de 26 mil sismos, cerca de 225 dos quais sentidos pela população, desde o início da crise sismovulcânica a 19 de março, segundo os dados oficiais mais recentes.

O sismo mais energético desde o início da crise teve uma magnitude de 3,8 na escala de Richter.

Cerca de 2.500 pessoas já saíram do concelho das Velas, centro da crise sísmica, das quais 1.500 por via aérea e marítima, e as restantes para o concelho vizinho da Calheta, considerado mais seguro pelos especialistas.

A ilha mantém-se com o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa "estado de repouso" e V6 "erupção em curso".

Leia Também: Crise sísmica. Culto retomado nas igrejas de Velas em São Jorge, Açores

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