Preparado plano de evacuação em caso de erupção em São Jorge
Número de sismos diminui, mas as autoridades mantêm o alerta V4 de ameaça de erupção.
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País São Jorge
O dispositivo da Proteção Civil presente na ilha de São Jorge, nos Açores, garantiu esta terça-feira ter um plano preparado para qualquer eventualidade, incluindo a hipótese de evacuar a população caso a crise sísmica se intensifique.
A intensidade dos sismos na ilha tem diminuído, mas o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) mantêm o alerta V4 (ameaça de erupção) para ilha, numa escala de zero a sete.
Em declarações à SIC, o presidente da Proteção Civil dos Açores, o general Eduardo Faria, diz que o alerta obriga as autoridades a estarem prontas "para entrar em ação logo que haja o mínimo de indicação".
"Há condições para acontecer uma coisa ou outra, ou uma erupção ou um sismo de maior amplitude. Pela estrutura e constituição da ilha, não é necessário um sismo de uma magnitude muito acima daquilo que se tem verificado agora para poder haver alguns danos estruturais", explicou o general.
Na Calheta, considerado pelos especialistas e pela Proteção Civil como o ponto mais seguro de São Jorge, foi criado um posto de recolha de desalojados que, caso seja necessário, poderá acolher 100 desalojados até serem retirados da ilha.
O tenente-coronel Rui Costa, do comando operacional dos Açores, também garantiu à televisão que todos os pontos de fuga estão acautelados.
"Todos os pontos na ilha no norte e no sul já foram reconhecidos e identificados. Neste momento, estão a decorrer reconhecimentos mais em pormenor, desde itinerários de acesso, se tem viaturas de todo o terreno; se caso de instabilidade do terreno as viaturas podem ser bloqueadas, havendo apenas capacidade através do mar; e quais são as condições de operacionalidade desses cais, dependente das marés e das condições meteorológicas", afirmou Rui Costa.
Esta tarde, o CIVISA afirmou que estaria a planear instalar uma estação de medição de fluxo de dióxido de carbono dos solos em São Jorge, para monitorizar a atividade vulcânica e alterações na paisagem que possam indicar mudanças na situação atual.
A ilha de São Jorge, nos Açores, contabilizou mais de 27.00 sismos, 226 dos quais sentidos pela população, desde o início da crise sismovulcânica a 19 de março, segundo os dados oficiais mais recentes.
O sismo de maior magnitude desde o início da crise registou 3,8 na escala de Richter.
Cerca de 2.500 pessoas já saíram do concelho das Velas, centro da crise sísmica, das quais 1.500 para outras ilhas dos Açores, e as restantes para o concelho vizinho da Calheta.
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