"A Defesa é fundamental para a nossa liberdade e soberania"
A ministra da Defesa ressalvou a importância de se "investir na qualificação" dos quadros militares, para que estes possam, depois, "passar para a vida civil e ter instrumentos de inserção válida".
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País Ministra da Defesa
A ministra da Defesa disse, esta segunda-feira, numa entrevista à SIC Notícias, que num contexto marcado pela guerra na Ucrânia "em que percebermos que a Defesa é fundamental para a nossa liberdade, para a nossa soberania", existe uma "legitimação pública" e um "entendimento" de que é "preciso investir mais" nas Forças Armadas portuguesas.
Destacando que existem "oportunidades", como é o caso do "Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)", que poderão contribuir para esse "esforço", Helena Carreiras proferiu as declarações assumindo ainda que existe um "défice de manutenção e de operação" dos equipamentos militares em Portugal.
Defendendo essa necessidade de modernização desse material, a governante assumiu que essa é uma das "prioridades no âmbito da Lei de Programação Militar, que é um instrumento de financiamento plurianual para a capacitação das Forças Armadas". A este propósito, acrescentou ainda que "estão previstos um conjunto de sete projetos estruturantes" cuja implementação pretende "confrontar essa questão das dificuldades de equipamento e da inovação das Forças Armadas".
Olhando para o Orçamento do Estado para 2022, a responsável pela pasta da Defesa veio garantir que esta proposta orçamental "contempla as normas que permitem vir a cumprir todos os compromissos que possamos vir a ter no quadro da NATO" - salientando aqui as "missões de dissuasão" que a Aliança Atlântica tem atualmente em curso no Leste da Europa. A ministra destacou também que este Orçamento do Estado demonstra a "consciência de que novos pedidos [da NATO] possam vir a acontecer", na sequência da guerra na Ucrânia, embora tal seja uma "imprevisibilidade".
Numa perspetiva do número de operacionais que atualmente constituem as Forças Armadas portuguesas, salientou que, englobando tanto os militares "na reserva", como aqueles que se encontram ainda em "formação", o efetivo ronda atualmente os 29.900.
Um valor que, na sua perspetiva, é o "necessário", embora fique aquém do número de "efetivos previstos", que deveria rondar os 32.000. E, a este propósito, assume: "Há um problema com o recrutamento e a retenção que temos de enfrentar". Embora, tal como explica, esse seja também um "problema estrutural que outros países também sentem".
"Fala-se muito da falta de atratividade [...]. Mas dados recolhidos no âmbito do Dia da Defesa Nacional dão-nos conta de que há uma percentagem significativa de jovens que afirmam que poderiam vir a aderir às Forças Armadas", afirmou ainda a governante.
Referindo que não existem, atualmente, "grandes problemas ao nível de candidaturas" para as Forças Armadas portuguesas, que "são cerca de 10.000" por ano, a ministra da Defesa explicou que a falta de atratividade desse percurso profissional está principalmente relacionada "com a perceção da falta de valorização profissional e de qualificações", citando aqui um estudo.
"Conhecendo esta realidade, temos de investir nesta qualificação, alinhando o sistema de qualificações militares com o sistema nacional de qualificações", afirmou Helena Carreiras - garantindo assim que quando cumprido o "tempo limitado de serviço militar", estes quadros possam depois "passar para a vida civil e ter instrumentos de inserção válida".
Assumindo que os "salários" são também uma das razões, embora não a "fundamental", para a falta de atratividade da carreira militar, Helena Carreiras explicou que quem entra nas Forças Armadas portuguesas começa por ganhar o "salário mínimo nacional". Porém, a este propósito, relembrou que esta questão dos "salários baixos" é também verificável noutros campos da "Administração Pública" - não sendo por isso um "problema" exclusivo do Ministério da Defesa.
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