Rússia, Ucrânia e NATO. "Nenhuma está interessada na paz"
Miguel Sousa Tavares é agora comentador da TVI e opinou sobre a guerra na Ucrânia esta segunda-feira.
© Global Imagens
País Miguel Sousa Tavares
Depois de abandonar a carreira de jornalista, Miguel Sousa Tavares regressou - cerca de oito meses depois - ao ecrã da TVI, agora no papel de comentador.
Sobre o discurso de Vladimir Putin - por ocasião do Dia da Vitória, este 9 de maio - afirmou que foi um "anticlímax", mas por culpa do Ocidente que antecipou um grande discurso. Afinal, "não se passou nada disso".
“Fomos bombardeados com previsões de que Putin ia, no mínimo, declarar guerra à Ucrânia, que iria decretar uma mobilização geral, que talvez houvesse um desfile de vitória em Mariupol, que, no limite, poderia até chegar a ameaçar com uma guerra nuclear no Ocidente”, referiu, frisando que este foi um discurso interno, para as forças armadas russas.
Miguel Sousa Tavares afirmou que o presidente da Rússia é "imprevisível" mas que esta guerra tem três partes: “a Rússia, que invadiu, a Ucrânia, que foi invadida, e a NATO”. “Nenhuma está interessada na paz", diz.
"De todos os lados vemos um discurso que não é conciliador. Não há ninguém aqui a bater-se por negociações e por paz", vincou, na TVI.
Sobre uma possível ameaça nuclear, “aquilo que mais se temia”, Miguel Sousa Tavares considerou que Putin deu “um passo atrás” no discurso desta segunda-feira.
Previsões sobre o Dia da Vitória saíram do Ocidente
Paulo Portas, presente no mesmo espaço de comentário, afirma que foi um "discurso justificativo para a nação russa". Para o comentador, a ideia de que Putin fazia algum tipo de anúncio, "nasceu dos serviços de inteligência franceses, e que se foi espalhando." Mais, a Rússia não necessita constitucionalmente de declarar guerra.
“Houve dois argumentos básicos: que estava em preparação uma agressão de Kyiv ao Donbass, da qual não há nenhuma evidência factual; e que os russos tiveram de recusar essa agressão e a expansão da NATO”, afirmou.
A palavra voltou a Miguel Sousa Tavares, que opinou que a posição da NATO que nunca foi de diálogo, a começar pelos Estados Unidos, considerando que este é o país que “manda na NATO”..
“De facto a Ucrânia não entrou na NATO, mas a NATO entrou na Ucrânia, a NATO está dentro da Ucrânia”, referiu, acrescentando que a Aliança Atlântica nunca disse de forma taxativa que Ucrânia e Geórgia nunca fariam parte da organização.
Para o comentador, a única pessoa que tentou negociar com Putin, foi Macron, que "não só não foi apoiado, como foi "desautorizado pela NATO". Biden, por sua vez, chamando "criminoso" a Putin, não quis dialogar.
“Antes da invasão da Ucrânia não houve nenhum esforço sério do Ocidente para travar a invasão. E continua a não haver”, afirma, dizendo que “o Ocidente está interessado em que a guerra continue, porque percebeu que o poder militar da Rússia era um cavalo de Troia. A Rússia está a patinar na Ucrânia”.
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