Natural de Ponta Delgada, deputado constituinte pelo PS e vice-presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), Mário Mesquita morreu hoje aos 72 anos.
"A Direção Nacional do PS expressa o seu pesar perante a notícia do falecimento de Mário Mesquita, um dos fundadores do Partido Socialista, professor universitário, jornalista e antigo diretor do jornal Diário de Notícias", lê-se na nota de pesar divulgada pelos socialistas.
Mário António da Mota Mesquita, segundo o PS, deixou "uma herança profundamente matizada pelo pioneirismo no que toca ao jornalismo, ao seu ensino e à área das Ciências da Comunicação em geral".
"A sua consciência política foi delineada desde cedo e de forma inequívoca pelos contornos do oposicionismo à ditadura de Salazar, luta a que associou a sua escrita. Iniciou-se no jornalismo ainda antes do 25 de Abril, no jornal República e, em 1973, associou a sua voz ao PS, tornando-se seu membro fundador nesse mesmo ano. Viria a ser deputado à Assembleia Constituinte"m refere-se no comunicado dos socialistas.
Para o PS, Mário Mesquita "construiu uma carreira marcada pelo pensamento crítico e livre, que acompanhou sempre a práxis da sua vida política, profissional e académica".
"A sua passagem pelo Diário de Notícias, como diretor-adjunto, de 1975 a 1978, e depois como seu diretor, de 1978 a 1986, e pelo Diário de Lisboa, de 1989 a 1990, são apenas alguns exemplos da amplitude das suas capacidades e da sua marca. Outro exemplo já indelével na memória de todos é o seu percurso na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa", aponta o PS.
Também aqui, tal como na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, "foi fundador e pioneiro, tendo contribuído em larga medida para a formação de várias gerações de jornalistas. Foi também fundador do curso superior de jornalismo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra".
O PS assinala depois que "foram vários os prémios que recebeu ao longo da sua carreira profissional" e que em 1981 o Presidente da República, Ramalho Eanes, agraciou-o com a Ordem do Infante Dom Henrique, tendo-lhe sido igualmente atribuídas condecorações em França (Ordre Nationale du Mérite) e na Bélgica (Ordre Léopold II)".
Em 2016, acrescenta-se, a Assembleia da República viria a declará-lo deputado honorário.
Na nota, a direção do PS garante o seu "empenho na perpetuação da grata memória de Mário Mesquita, que o mesmo emprestou, em Portugal, não só à génese do PS, mas também à criação de um jornalismo independente e de uma sociedade justa e democrática".
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