"Operação complexa" levou a deter "grupo com ramificações internacionais"
Trata-se de um modelo de burla por 'phishing' bancário, em que as vítimas receberam uma "SMS que continha um link que redirecionava para uma página em tudo semelhante à sua página do banco", começou por explicar Paulo Gonçalves, coordenador da Investigação Criminal da PJ.
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País Polícia Judiciária
A Polícia Judiciária (PJ) deteve, esta segunda-feira, 26 indivíduos no contexto de uma operação de combate ao cibercrime, os quais eram suspeitos da prática dos crimes de burla informática, falsificação de documento, falsidade informática, acesso ilegítimo, branqueamento de capitais e associação criminosa. Em conferência de imprensa, a autoridade explicou os contornos do caso.
Trata-se de um modelo de burla por 'phishing' bancário, em que as vítimas receberam uma "SMS que continha um link que redirecionava para uma página em tudo semelhante à sua página do banco" e, "uma vez na página do banco, ela introduzia as suas credenciais de acesso ao serviço homebanking após o que hacker ficava na disponibilidade dessa informação, podendo aceder à conta bancária da vítima", explicou Paulo Gonçalves, coordenador da Investigação Criminal da PJ.
"Posteriormente, o hacker necessitava da validação da transferência através de um código que a própria instituição bancária envia para os seus clientes, naquilo que vulgarmente chamamos de SMS Token, e, nesta senda criminosa, entrava um segundo indivíduo que contactava a vítima por chamada de voz, fazendo-se passar por funcionário bancário, induzindo-a a fornecer esse código", acrescentou o responsável.
Paulo Gonçalves destacou ainda que "a engenharia social aqui utilizada era relativamente fácil, porque o burlão estava na posse de informação confidencial na disponibilidade da instituição bancária", usando esta informação para "induzir a vítima a acreditar que, de facto, se tratava de um funcionário bancário".
"A vítima limitava-se a ouvir e pouco mais reagia a outros sinais, nomeadamente ao teor da mensagem SMS Token que iria receber, quando a própria instituição bancária informa que é um código para efeitos de validação, algo que a vítima não consegue percecionar", elucidou.
Ocorreu então detenção do "grupo que atuava em Portugal com ramificações internacionais, não só no acesso ao homebanking mas também na questão do branqueamento de capitais - estamos a falar de outros indivíduos que se dedicavam ao branqueamento não só através de divisas mas também através da aquisição de criptoativos", asseverou Paulo Gonçalves, acrescentando que se tratou de uma "uma investigação complexa, demorada" - "um ano, praticamente".
Posto isto, a PJ apelou aos cidadãos para terem cuidados, como por exemplo "conhecerem as regras de segurança de cada instituição bancária".
Segundo a autoridade, os detidos serão entretanto presentes à autoridade judiciária competente, momento em que ficarão a conhecer as medidas de coação a que ficarão sujeitos.
[Notícia atualizada às 16h10]
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