Numa informação escrita enviada à agência Lusa, a Infraestruturas de Portugal (IP) explicou que a empreitada "teve início em 13 de setembro de 2021, decorrendo ainda o prazo definido para a sua execução".
"Acrescente-se também que estão já identificados atrasos, motivados pelas dificuldades existentes na cadeia de abastecimento de materiais, nomeadamente no fornecimento de aço inox", referiu a IP, esclarecendo que a previsão aponta para a conclusão da obra "até final de outubro".
O concurso público para a construção do memorial foi lançado em 10 de fevereiro de 2021. Orçada em 1.794.761,91 euros, a obra foi iniciada em 13 de setembro e tinha um prazo de execução de 300 dias, que terminava no dia 10.
Contempla "a construção do memorial, os acessos rodoviários, que incluem uma zona de inversão de marcha para circulação proveniente de sul, e renovação da paisagem marginal da EN [estrada nacional] 236-1", afirmou na ocasião fonte oficial da IP, em resposta a perguntas da agência Lusa.
Ao longo de cerca de dois quilómetros daquela estrada nacional, onde morreram muitas das vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande, vão ser ainda "plantadas um conjunto de diferentes espécies arbóreas autóctones", acrescentou.
A maioria do investimento (cerca de 1,4 milhões de euros) será aplicado na construção do memorial, referiu ainda.
A empreitada, denominada "Construção do memorial às vítimas dos incêndios de 2017", é executada através do orçamento da empresa.
Em 2019, numa sessão que se realizou no município de Castanheira de Pera, foi assinado um protocolo entre a Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande e a Infraestruturas de Portugal para a construção do memorial.
O projeto é da autoria do arquiteto Eduardo Souto Moura e será constituído por uma balsa de água ligada a uma fonte, simbolizando a vida e o nascimento.
"A água como purificação é um elemento transversal em todas as culturas e religiões", afirmou na altura o arquiteto, salientando que a balsa de água desenhada tem a "dupla função de evocar o renascimento, que se pensa que vai acontecer e, se houver outro incêndio, os bombeiros têm onde ir buscar água".
Os incêndios que deflagraram em 17 de junho de 2017 em Pedrógão Grande e que alastraram a concelhos vizinhos provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos a 253 populares, sete dos quais graves. Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas. A maioria das vítimas mortais foi encontrada na EN 236-1, que liga Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos.
Em outubro do mesmo ano, os incêndios na região Centro provocaram 49 mortos e cerca de 70 feridos, registando-se ainda a destruição, total ou parcial, de cerca de 1.500 casas e mais de 500 empresas.
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