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Aumenta indiferença dos portugueses com conteúdos falsos online

A indiferença com conteúdos falsos na Internet aumentou em Portugal entre 2021 e 2022, de acordo com as conclusões do estudo Reuters Digital News Report, hoje divulgado.

Aumenta indiferença dos portugueses com conteúdos falsos online
Notícias ao Minuto

06:46 - 20/06/22 por Lusa

País Fake news

"Há um aumento substancial dos respondentes que têm um posicionamento neutro quanto à preocupação com a legitimidade de conteúdos 'online'", pode ler-se no documento divulgado hoje.

De acordo com as respostas sobre a "preocupação com o que é real e falso na Internet", o número de inquiridos que se manifestou neutro quanto a esta temática subiu de 13,9% em 2021 para 22,0% em 2022.

A percentagem dos que disseram concordar com essa preocupação também diminuiu, de 75,9% para 70,7% entre os dois anos, e os que disseram discordar dessa preocupação passou de 10,2% para 7,3%.

Ainda assim, "a edição de 2022 do Reuters DNR revela que sete em cada 10 portugueses estão preocupados com o que é real ou falso na Internet", de acordo com as percentagens.

O estudo, com coordenação científica internacional do Instituto da Reuters para o Estudo do Jornalismo, e com coordenação do apoio à recolha em Portugal do OberCom - Observatório da Comunicação e autoria de Gustavo Cardoso, Miguel Paisana e Ana Pinto-Martinho, baseou-se em dados recolhidos entre 14 de janeiro e 10 de fevereiro, antes da invasão da Ucrânia pela Rússia.

"Cruzando a preocupação com a legitimidade de conteúdos online e a confiança nas notícias online, verifica-se que os portugueses que mais confiam em notícias estão tendencialmente mais preocupados com as falsidades", assinala o documento.

O estudo revela ainda que "os temas sobre os quais os portugueses mais encontram informação falsa ou parcialmente correta são a covid-19 (42,2%), assuntos relacionados com política (34,4%) e produtos e serviços (22,1%)".

Os autores estabelecem ainda uma ligação entre a confiança nas notícias com a perceção sobre a existência de desinformação.

Assim, "mais de metade dos inquiridos que dizem não confiar em notícias (53,1%) encontraram conteúdos falsos ou parcialmente incorretos sobre a pandemia", ao passo que "apenas 39,4% dos que confiam em notícias em geral encontraram conteúdos falsos ou parcialmente incorretos".

O Reuters Digital News Report 2022, 11.º relatório anual do Reuters Institut for the Study of Journalism, foi feito a partir de inquéritos a mais de 90 mil utilizadores da Internet em 46 países, incluindo Portugal.

Leia Também: Número de portugueses interessados em notícias diminuiu

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