Morte em Setúbal. "Foi primeira vez" que menina ficou na ama, diz avó
Mulher recusou ainda que tivesse sido a filha a dar um anti-histamínico à criança.
© Shutter Stock
País Setúbal
A avó materna da criança de três anos que morreu, na segunda-feira, em Setúbal, devido a alegados maus-tratos por parte da ama, revelou que "foi a primeira vez" que a menina ficou com a mulher e que foi a própria que se ofereceu para cuidar desta.
Em declarações à SIC, Rosa Tomás recordou ainda que a filha lhe ligou depois de ir buscar a criança à ama. Note-se que o alerta para o INEM foi dado na tarde de segunda-feira, mas, segundo a SIC, a criança foi para casa durante a manhã.
"Quando foi buscar a menina ligou-me e disse 'olha a menina vem a dormir, estou à espera que ela acorde para ver se vou ao hospital porque ela está arranhada na cara', mas estava à espera que a menina acordasse", disse.
Rosa Tomás, que garantiu que a família tinha uma boa relação, recusou ainda que tivesse sido a filha a dar Atarax, um anti-histamínico, à criança.
Recorde-se que a menina de 3 anos deu entrada no Hospital de São Bernardo, que integra o Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), "entubada e ventilada", depois de ter sido assistida em casa da mãe por uma equipa de emergência médica.
A PJ de Setúbal admitiu na terça-feira que a morte da criança ocorreu num "quadro evidente de maus tratos", que poderá ser hoje confirmado pelo resultado da autópsia.
A CNN Portugal noticiou que a menina esteve durante cinco dias, até segunda-feira à tarde, com a ama, e que esta terá comunicado à mãe da menina que a menor tinha caído de uma cadeira no dia anterior e que medicou a criança com cinco mililitros do anti-histamínico. No entanto, segundo a agência Lusa, que recolheu informações junto de fontes hospitalares e da PJ, os ferimentos que a criança apresentava iam muito além do que poderia ter acontecido devido a uma queda de uma cadeira.
Em declarações à mesma estação, o padrasto da criança revelou que a mãe da menina tem outros cinco filhos. Duas destas crianças estão aos cuidados da avó, uma está institucionalizada e as restantes diz não conhecer.
O homem disse ainda que achava "que a menina estava numa colónia de férias, ou numa creche".
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