Suspeita de homicídio de Jéssica não falou em tribunal por estratégia
A suspeita mais nova do homicídio da criança que morreu na segunda-feira em Setúbal não prestou declarações perante o juiz de instrução criminal na sexta-feira, ao contrário dos outros arguidos, por "estratégia da defesa", afirmou hoje o advogado da jovem.
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País Jéssica
Armindo Silva falava aos jornalistas, numa curta declaração, à entrada do Tribunal de Setúbal, onde prosseguem os trabalhos do primeiro inquérito judicial do processo e onde os suspeitos estiveram já na sexta-feira à tarde.
Os advogados dos outros dois arguidos também entraram no tribunal esta manhã, sem prestar declarações.
Os trabalhos foram entretanto interrompidos, antes das 12:00, e a presença dos três suspeitos está prevista apenas para a tarde.
Segundo informação do Conselho Superior de Magistratura divulgada na sexta-feira, as medidas de coação seriam conhecidas pelas 15:00, mas Eduarda Filipe, advogada da suspeita mais velha, indicou entretanto aos jornalistas que essa etapa deverá ocorrer pelas 16:00.
Os três arguidos foram detidos pela Polícia Judiciária por suspeita de homicídio qualificado, rapto, extorsão e ofensas à integridade física.
A morte da menina ocorreu na segunda-feira, depois de a mãe ter ido buscá-la a casa de uma mulher que identificou às autoridades como ama da criança.
De acordo com a mãe, a menina esteve cinco dias ao cuidado da mulher e tinha sinais evidentes de maus-tratos, como hematomas, pelo que foi chamada a emergência médica.
A criança foi assistida na casa da mãe e transportada ao Hospital de São Bernardo, onde foi sujeita a manobras de reanimação, mas não sobreviveu aos ferimentos.
Na quinta-feira, a Polícia Judiciária revelou que deteve três pessoas por suspeita do homicídio: uma mulher de 52 anos a quem a mãe da criança devia dinheiro, inicialmente identificada como ama, o seu marido, com 58 anos, e a filha, de 27 anos.
À Lusa, o coordenador da Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal, João Bugia, adiantou que a mãe da menina e o padrasto foram também ouvidos durante a noite de quarta-feira na PJ, mas não foram constituídos arguidos.
Segundo João Bugia, a mãe da menina foi "ardilosamente enganada" e levada a entregar a filha por conta de uma dívida de 400 euros que tinha para com a suspeita.
Nos cinco dias em que permaneceu na casa dos detidos, a criança terá sofrido maus-tratos severos.
João Bugia revelou ainda que, apesar de haver algumas suspeitas iniciais de eventuais agressões sexuais contra a criança, esses indícios não foram confirmados na autópsia realizada na quarta-feira.
[Notícia atualizada às 12h13]
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