Em conferência de imprensa, na Altice Arena, em Lisboa, onde hoje começou a 2.ª Conferência dos Oceanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Marcelo Rebelo de Sousa manifestou a esperança de que este encontro seja "um ponto de partida para uma grande mudança" na ação global em relação a esta matéria.
O chefe de Estado referiu que ao longo da manhã de hoje, na sessão de abertura da conferência, houve "promessas concretas e vinculativas vindas de cada continente" e que no caso de Portugal "o primeiro-ministro falou de antecipar a promessa de ter também 30% de áreas marítimas protegidas".
Marcelo Rebelo de Sousa tinha ao seu lado o secretário-geral da ONU, António Guterres, e Uhuru Kenyatta, Presidente do Quénia, país com o qual Portugal partilha a organização desta conferência.
"Gostaria muito de falar da nossa cooperação com o Quénia na preparação desta conferência. Dois países, um do norte, outro do sul, mostrando como a cooperação é importante hoje, num momento de discórdia, nalguns casos de guerra, fazemos o oposto, construímos consensos, construímos multilateralismo", disse, falando em inglês.
"Temos uma abordagem de diálogo, mas diálogo aberto e diversificado, com diferentes gerações -- não apenas Estados, poderes políticos, mas sociedades, empresas, ciência, tecnologia", prosseguiu.
Segundo o Presidente da República, "isto é tão promissor, tão promissor, num tempo de alarme relativamente aos oceanos e à ação climática, que Lisboa pode ser um ponto de partida para uma grande mudança na ação baseada na ciência".
Antes, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a elogiar António Guterres, a quem agradeceu "por voltar a casa e recordar a sua ação como primeiro-ministro aqui" e pelo seu "compromisso constante num assunto que é tão importante para todos nós".
"Tão corajoso, um lutador, um lutador permanente pelos oceanos, pela ação climática. E esta conferência é um exemplo do seu empenho", considerou.
No discurso que proferiu hoje nesta conferência, o primeiro-ministro, António Costa, comprometeu-se a "100% do espaço marítimo sob soberania ou jurisdição portuguesa seja avaliado em bom estado ambiental" e "até 2030 classificar 30% das áreas marinhas nacionais".
Ainda este ano, segundo António Costa, foi dado um passo nesse sentido ao ser aumentada "em 27 vezes o tamanho da Reserva Natural das Ilhas Selvagens, tornando-a na maior área marinha protegida do Atlântico Norte".
"Por outro lado, na segurança alimentar, queremos transformar a pesca nacional num dos setores mais sustentáveis e de baixo impacto a nível mundial, mantendo 100% dos 'stocks' dentro dos limites biológicos sustentáveis", declarou a seguir o primeiro-ministro.
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