"Não consigo conceber que a declaração não seja aprovada. A versão preliminar é muito abrangente, muito robusta, com um texto muito longo que inclui um diagnóstico e um programa de ação pormenorizado", afirmou em conferência de imprensa em Lisboa.
Serpa Soares, que é subsecretário para os assuntos legais e conselheiro da presidência luso-queniana do encontro que decorre em Lisboa afirmou que a declaração final, que deverá ser aprovada na próxima sexta-feira conterá "linguagem forte" marcando o compromisso político das nações pelos oceanos.
"Não tenho dúvida de que estará lá o financiamento e ao nível que é necessário para os países em desenvolvimento. O dinheiro e a vontade política estarão lá, não creio que isso vá ser um problema no futuro", afirmou.
"Espero que seja adotada uma decisão muito robusta na sexta-feira", declarou aos jornalistas, frisando que "o processo não acaba" com o fim da segunda conferência dos oceanos.
Em agosto, será negociado em Nova Iorque um novo tratado para preservação da biodiversidade para águas internacionais, fora das jurisdições de cada país, que correspondem a dois terços dos oceanos, exemplificou.
Reconheceu que "o tempo das Nações Unidas move-se devagar porque envolve 193 Estados, mas o valor das Nações Unidas é juntá-los, embora não tão rapidamente" como se desejaria.
"Um das principais conquistas é o valor político desta conferência como ponto sem retorno. Não vejo como os líderes mundiais poderão recuar dos compromissos. Não podemos voltar atrás e isto é apenas o começo de um processo muito mais vasto. O oceano envolve muitas entidades, só da 'família' da ONU são 29 a trabalhar nos oceanos", acrescentou.
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