Moradores com "esperança" no projeto da Feira Popular de Lisboa
Os moradores da freguesia de Carnide manifestaram hoje "grande esperança" na opção do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), de alterar o projeto da Feira Popular para construir um parque verde, com equipamentos de lazer.
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País Carlos Moedas
"Vejo com grande esperança de que se torne, efetivamente, uma realidade, porque esse era o desejo dos moradores", afirmou o presidente da Associação de Moradores do Bairro Novo de Carnide e Quinta do Bom Nome, Carlos Durão, referindo-se à posição assumida por Carlos Moedas sobre a Feira Popular, lembrando que a população se opôs ao projeto apresentado em 2015 pelo anterior presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS).
Numa entrevista à Rádio Renascença, o social-democrata Carlos Moedas disse que é preciso repensar o conceito de Feira Popular, considerando que "parques de diversão no centro de cidade não fazem o mesmo sentido que faziam no passado".
Carlos Moedas defendeu ainda que o projeto deve priorizar a construção de "um parque verde com equipamentos para as pessoas", com a possibilidade de uma parte do espaço ter alguns equipamentos de diversão.
A posição do autarca do PSD constava do programa eleitoral da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), com o qual conquistou a presidência da Câmara de Lisboa nas autárquicas de 2021, em que se comprometeu a "transformar o atual projeto da Feira Popular", com equipamentos de lazer e desporto, incluindo uma nova piscina exterior natural em Carnide.
Em declarações à agência Lusa, Carlos Durão disse que aquando a apresentação do projeto da Feira Popular, a implementar na freguesia de Carnide, foi levantada a questão do impacto que "um parque de diversões como o Eurodisney ou outros que existem pela Europa" iria causar "dentro de uma zona residencial", colocando em causa a qualidade de vida dos moradores.
"Ficando vizinhos desse parque de diversões, iríamos ser afetados e iria alterar completamente a qualidade de vida dos moradores, do ponto de vista do ruído, do ponto de vista das acessibilidades, em termos de estacionamento", apontou o presidente da Associação de Moradores do Bairro Novo de Carnide e Quinta do Bom Nome, reforçando que toda a área envolvente iria sofrer um impacto com o projeto da Feira Popular.
No âmbito dessas preocupações, as associações de moradores da freguesia de Lisboa, nomeadamente a presidida por Carlos Durão e a Associação de Moradores do Bairro Padre Cruz, foram convidadas pelo anterior executivo camarário, sob a presidência do socialista Fernando Medina, a integrar uma comissão de acompanhamento do projeto da futura Feira Popular.
Contudo, a comissão apenas realizou duas reuniões, uma após a apresentação em 2015 e a última em 2017, segundo o representante dos moradores do Bairro Novo de Carnide e Quinta do Bom Nome.
"Não havia ainda nada, do ponto de vista concreto, daquilo que iria ser o espaço, isto porque não estavam celebrados contratos", indicou Carlos Durão, referindo-se ao balanço dessas duas reuniões.
A Lusa tentou contactar a Associação de Moradores do Bairro Padre Cruz, mas sem sucesso.
Depois da segunda reunião em 2017, a Associação de Moradores do Bairro Novo de Carnide e Quinta do Bom Nome não teve mais nenhum contacto com a Câmara de Lisboa sobre o projeto, mas a autarquia avançou com a modelagem dos terrenos.
Questionado sobre o anúncio, em março de 2021, do então presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, de que o parque verde da futura Feira Popular deveria abrir "antes do verão", o representante dos moradores associou isso ao período eleitoral para as autárquicas desse ano.
Agora, passado mais de um ano, o que existe é um estaleiro montado, mas "não se vê andamento das obras", nem a plantação de árvores de médio e grande porte para fazer sombra, relatou.
O espaço continua vedado, "porque ainda não retiraram os tapumes, têm ainda as chapas de inacessibilidade ao parque e não está aberto ao público", acrescentou.
Sobre a opção de Carlos Moedas de alterar o projeto da Feira Popular, o presidente da Associação de Moradores do Bairro Novo de Carnide e Quinta do Bom Nome manifestou-se disponível para continuar a colaborar, inclusive através da comissão de acompanhamento, para a decisão sobre o futuro a dar a este espaço urbano.
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