Num esclarecimento à agência Lusa, o líder do sindicato, Carlos Torres, referiu-se, especificamente ao presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, distrito do Porto, que publicamente mostrou desagrado por a PSP não dar continuidade à iniciativa de cooperação para o patrulhamento da orla costeira, durante a época balnear.
Aires Pereira lembrou que esta iniciativa conjunta, que envolvia a polícia municipal local, e acontecia há cinco anos, era um serviço pago pelas autarquias à PSP, e "promovia um policiamento de proximidade e dissuasor do pequeno crime e da venda ambulante ilegal", sendo executado "por agentes da PSP em folga, que eram remunerados pelo serviço".
Em comunicado, o SIAP afirma que os "agentes não são escravos do poder local" e considera que os municípios "deviam estar informados sobre os problemas nacionais que existem na PSP, em relação à falta de efetivos".
"Além de demonstrarem um profundo desconhecimento e desinteresse pela falta de recursos existentes do dispositivo policial do município a que presidem, denotam sobretudo uma grave falta de sensibilidade humana para com os agentes da PSP, que operam na sua divisão", afirmou Carlos Torres, presidente do SIAP, citado na nota informativa.
O sindicato disse, ainda, que "não há polícias suficientes para assegurar este trabalho das brigadas mistas" e aponta que "não houve a mínima preocupação" por parte dos autarcas em reunir atempadamente com os comandantes da divisão policial da PSP, para perceberem se haveria efetivo suficiente para assegurar a continuidade das brigadas mistas este ano.
"Os polícias atualmente já fazem serviços remunerados em dias de folga, espero que os autarcas não queiram escravizar os polícias, retirando-lhes os já poucos dias de descanso que têm", completou Carlos Torres.
O líder do SIAP lembra que tem vindo a alertar "para a falta de efetivos e forte falta de meios na PSP", e desafia as autarquias a "dialogarem com o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro para travar este problema".
"Não podemos clamar por um país seguro com polícias a trabalharem de forma escrava e desumana, cabendo também aos líderes dos municípios terem um papel preponderante nesta matéria. O expectável é serem uma voz ativa neste desígnio e não uma voz crítica" concluiu o sindicalista.
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