Obras da nova linha de metro no Porto obrigam a remover estátua do Ardina
A nova fase das obras da Linha Rosa do metro e a construção da nova estação na Praça da Liberdade, no Porto, vão obrigar à remoção da estátua do Ardina, que será guardada pelos serviços camarários, foi hoje anunciado.
© Horacio Villalobos - Corbis/Corbis via Getty Images
País Porto
Numa nota publicada na sua página oficial, a Câmara do Porto refere que "já não será possível ver os turistas de passagem pelo Porto a tirar a habitual foto junto à estátua O Ardina".
Em resposta à agência Lusa, a autarquia esclareceu que a estátua, da autoria de Manuel Dias, vai ser removida da Praça da Liberdade na quarta-feira, numa operação que será acompanhada pelo município.
A estátua será guardada numa reserva municipal onde permanecerá até ao final dos trabalhos da Linha Rosa do metro.
De acordo com a autarquia, a nova fase das obras obriga a "ajustes ao traçado da faixa de rodagem, atualmente em serviço no lado nascente", onde está localizada a estátua do Ardina e onde será construída a entrada para a futura estação S. Bento/Liberdade da Metro do Porto.
"A oportunidade será aproveitada para proceder à restauração da icónica escultura que há mais de três décadas homenageia o homem que vendia jornais pelas ruas da cidade do Porto", salienta.
Em junho de 2021, a estátua do Ardina foi alvo de vandalismo, tendo sido arrancada a mão e o jornal que segurava. Posteriormente, os dois elementos foram recuperados pela Polícia de Segurança Pública (PSP) e recolhidos pela divisão de património cultural da Câmara do Porto.
Após o furto, a Câmara do Porto anunciou, em agosto, que o Ardina seria restaurado depois da construção da nova linha de metro.
A autarquia esclareceu então que, no decorrer da construção da Linha Rosa da Metro do Porto, a estátua do Ardina seria "retirada" temporariamente e que só será restaurada "na sua reposição, após as obras".
A empreitada de construção da Linha Rosa, que se traduz num novo trajeto no Porto entre a zona de S.Bento/Praça da Liberdade e a Casa da Música, arrancou no dia 29 de março.
Com quatro novas estações subterrâneas e um percurso em túnel de quase três quilómetros, esta linha tem o cunho de dois prémios Pritzker [considerados o Nobel da Arquitetura], uma vez que Eduardo Souto Moura é o responsável pelos projetos das novas estações, sendo que a de São Bento é assinada em parceria com Álvaro Siza Vieira.
Em março, o presidente da empresa, Tiago Braga, anunciou que as obras das linhas Amarela e Rosa da Metro do Porto decorrerão "durante três anos", até 2024.
As obras de prolongamento da Linha Amarela e a construção da Linha Rosa representam no total um acréscimo de seis quilómetros e sete estações à rede de metro do Porto e um investimento total superior a 400 milhões de euros.
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