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Mais oligarcas sefarditas? "Devem pensar que os portugueses são idiotas"

Ao verificar a lista, o historiador apontou a candidatura de mais dois oligarcas, "que de sefarditas não têm nada".

Mais oligarcas sefarditas? "Devem pensar que os portugueses são idiotas"
Notícias ao Minuto

23:59 - 20/07/22 por Daniela Filipe

País Sefarditas

O jornalista José Milhazes debruçou-se, esta noite de quarta-feira, sobre o caso de dois oligarcas que aguardam a decisão da Justiça quanto à atribuição da naturalização portuguesa, no âmbito da Lei da Nacionalidade para os judeus sefarditas, mas que, segundo o comentador, “de sefarditas não têm nada”. Urgiu, nesse sentido, a justiça portuguesa a “prestar atenção”, além de condenar a falta de investigação nestas situações.

“Fico cada vez mais impressionado, porque a Comunidade Israelita do Porto deve pensar que os portugueses são todos um bando de idiotas, começou por atirar Milhazes, no seu habitual espaço de comentário na SIC Notícias.

Citando o jornal Público, e o jornalista Paulo Curado, que elogiou pelo “excelente” trabalho que tem realizado nesta área, o historiador declarou que “há mais oligarcas na fila, supostamente sefarditas, mas que de sefarditas não têm nada”.

Ao verificar a lista, o comentador apontou a candidatura de God Nisanov, lançando que “pode ser que as autoridades portuguesas prestem atenção”. Esclareceu, nessa linha, que o oligarca “não é sefardita, mas é o chamado judeu das montanhas, que é um povo que habita no Cáucaso, e que veio da Pérsia, no século V d.C.”.

“Este homem é dos homens mais ricos da Europa, é verdade. É próximo de [Vladimir] Putin, mas não sei se isso é suficiente para provar que ele é da Península Ibérica, porque não pode ser da Península Ibérica”, constatou.

Outro candidato é Lev Leviev, conhecido como ‘Rei dos Diamantes’, diamantes esses “sangrentos, negros”. “A família de José Eduardo dos Santos conhece-o muito bem”, disse.

“É interessante que este senhor nasceu na Ásia Central, [onde], efetivamente, vivem judeus, ou viviam, que são os chamados judeus de bukharan que, dizem eles, são sefarditas. Mas são sefarditas no culto, não na origem”, uma vez que “copiaram o culto sefardita junto dos judeus que vieram da Península Ibérica”, explicou. Denunciou, assim, que “este senhor é tão sefardita como eu canadiano”.

Um terceiro, por sua vez, já tem passaporte português. Quando a este, o jornalista admitiu uma ligação à Comunidade Israelita do Porto, devido ao seu apelido. Trata-se de Andrei Rappoport, cujo último nome resulta da “junção de duas famílias hebraicas e, uma delas, a última, significa que ele é do Porto”.

No que toca aos restantes, Milhazes manteve-se firme. “Há meses que nos prometem investigação e resultados, mas a pouca vergonha continua”, rematou.

Recorde-se que foi atribuída cidadania portuguesa ao multimilionário Roman Abramovich, no ano passado, no âmbito da Lei da Nacionalidade para os judeus sefarditas, que foram expulsos da Península Ibérica durante a Inquisição medieval. A Comunidade Judaica do Porto justificou a certificação da naturalização com ligações do oligarca russo à comunidade alemã. Por sua vez, o rabino de Hamburgo, Shlomo Bistritzky, afirmou à SIC não ter conhecimento de qualquer ligação de Abramovich à comunidade judaica sefardita da cidade.

Leia Também: Comunidade do Porto demarca-se de alterações à Lei da Nacionalidade

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