Meteorologia

  • 19 NOVEMBER 2024
Tempo
14º
MIN 12º MÁX 20º

Vacinar antes da exposição ao vírus pode fazer sentido mas faltam vacinas

A porta-voz da Direção-Geral da Saúde (DGS) para a Monkeypox afirmou hoje que "pode fazer sentido" vacinar grupos da população antes da exposição ao vírus, uma possibilidade que depende do aumento de doses disponíveis.

Vacinar antes da exposição ao vírus pode fazer sentido mas faltam vacinas
Notícias ao Minuto

20:36 - 23/07/22 por Lusa

País Monkeypox

"Prevejo que a muito breve prazo isso possa vir a fazer sentido e seja discutido internacionalmente e seja implementado em vários países. Precisámos, para ter mais tranquilidade a tomar esta medida, de mais vacinas", disse à Lusa a especialista da DGS Margarida Tavares.

Segundo afirmou, neste momento, com o número de vacinas contra a Monkeypox disponíveis, Portugal não tem "uma alternativa muito diferente" do que a atual de vacinar os contactos próximos dos casos de infeção confirmados, um processo que se iniciou em 16 de julho.

Portugal recebeu 2.700 doses de vacina contra a infeção humana por vírus Monkeypox, doadas pela Comissão Europeia, através da HERA (Autoridade de Preparação e Resposta Sanitária).

Margarida Tavares, que é diretora do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção por VIH da DGS, manifestou-se esperançada que, em breve, o país possa ter mais vacinas, o que permitiria equacionar a vacinação de alguns grupos populacionais de pré-exposição ao vírus VMPX.

"Não está, neste momento, disponível grande número de vacinas para comprar" a nível global, referiu a médica.

Portugal totaliza 588 casos confirmados de infeção pelo vírus Monkeypox e, a nível global, foram reportados mais de 16 mil infeções em 75 países, o que levou hoje o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar o surto como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional.

"Fomos um dos primeiros países [da Europa] afetados e bastante afetados. Durante muito tempo esteve confinada à região de Lisboa e Vale do Tejo, que tem mais de 80% dos casos reportados, mas, neste momento, começa a ser afetada a zona Norte, que também já tem um número significativo de casos", referiu Margarida Tavares.

De acordo com a especialista, a explicação para o número de casos registados em Portugal é "muito simples" e tem a ver com o facto de, quase em simultâneo com a Inglaterra, ter sido "onde começou" o surto na Europa ocidental, tendo depois surgido noutros países como a Alemanha, Espanha, França e Países Baixos.

"Ao contrário de outros países, que continuam ainda num crescimento exponencial de casos, nós tivemos um crescimento grande no início, mas há muitas semanas que estamos a ter o mesmo número de casos por semana", assegurou a especialista da DGS.

Segundo disse, Portugal não tem um problema de casos que não estão a ser diagnosticados, mas é "muito importante" que os profissionais de saúde notifiquem as infeções detetadas no sistema nacional de vigilância.

O Comité de Emergência para a Monkeypox, que se reuniu na quinta-feira pela segunda vez para avaliar da evolução do surto, não chegou a um consenso, mas a avaliação da OMS é de que o risco é moderado a nível global, exceto na Europa, onde é considerado como elevado.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, explicou que a sua decisão de declarar a emergência de saúde pública de preocupação internacional baseou-se nas informações que mostram que o vírus se espalhou rapidamente a nível global, mesmo em países sem registo prévio de infeções, assim como nas "muitas incógnitas" face aos dados ainda insuficientes sobre a Monkeypox.

Leia Também: Portugal já implementou medidas fundamentais para responder ao Monkeypox

Recomendados para si

;
Campo obrigatório