A polémica 'estalou' quando o manual de Filosofia 'Ágora', do 10.º ano, da autoria de Susana Teles de Sousa, Isabel Pinto Ribeiro e Rui Areal e publicado pela Porto Editora, abordou o 'Caso Marega'. Esta segunda-feira, e após um comunicado do Vitória SC, a editora publicou um esclarecimento.
"Os autores do manual escolar de Filosofia Ágora 10.° ano (Susana Teles de Sousa, Isabel Pinto Ribeiro e Rui Areal), editado pela Porto Editora, abordam o tema da subjetividade moral através do chamado 'Caso Marega', de forma a levar os alunos a uma reflexão crítica e a uma tomada de posição a partir de notícias e de casos atuais e mediáticos, tal como é enunciado nas Aprendizagens Essenciais 'Aplicar estas posições na discussão de problemas inerentes às sociedades multiculturais', definidas pelo Ministério da Educação", afirma a Porto Editora na nota.
A editora sublinha ainda que o manual "promove a análise, discussão e debate de um tema segundo diferentes perspetivas, método reconhecidamente profícuo no processo de ensino-aprendizagem", notando "ser errado afirmar que este manual potencia a 'criação de um estigma injustificado sobre milhares de adeptos'", como o clube asseverou.
"Contudo", os autores do manual "referem-se aos adeptos do Vitória Sport Clube como os autores dos insultos racistas, tal como foi dito publicamente em vários órgãos de comunicação social nos dias seguintes ao acontecimento de 17 de fevereiro de 2020".
Sendo que a Justiça "absolveu o Clube de tais acusações e foram multados três espetadores que estavam no estádio", a Porto Editora pede "desculpa ao Vitória Sport Clube e aos adeptos vitorianos", adiantando que vai "proceder à correção do texto, nos livros escolares que ainda não foram impressos, substituindo a referência a adeptos do Vitória SC por 'espetadores no estádio'".
Recorde-se que, em fevereiro de 2020, Moussa Marega, então jogador do FC Porto, abandonou o relvado do Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, enquanto alegava ser alvo de insultos racistas, algo em que o clube vimaranense acabou por ser absolvido em todos os processos.
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