Ana Patrícia Trindade, a portuguesa procurada pela justiça espanhola por suspeitas de ter raptado o filho de cinco anos, Bastin Riera Trindade, em maio deste ano, terá sido detida pelas autoridades portuguesas. A mulher tinha um mandato de captura emitido pelo Tribunal de Instrução de Barcelona
Segundo avança o jornal espanhol El Mundo, a suspeita mantinha-se escondida com o filho numa 'ecoaldeia' perto de Lagos, depois de fugir de Barcelona no dia 8 de maio, de modo a evitar contactos com o pai da criança.
Contactada pelo Notícias ao Minuto para confirmar a detenção da cidadã portuguesa, a Polícia Judiciária, que está a cargo da investigação relacionada com o caso, remeteu esclarecimentos para mais tarde.
Segundo conta o jornal, citando a associação SOS Desaparecidos, Ana Patrícia Trindade criou "um monte de denúncias falsas" antes de fugir da Catalunha e de território espanhol. Não terá ajudado o facto das próprias autoridades espanholas terem demorado a reagir, já depois dos Mossos D'Esquadra, a polícia catalã, ter constatado que a mobília da casa estaria a ser vendida.
"Passividade das autoridades portuguesas"
As buscas começaram em Setúbal, de onde a mulher é natural, mas o relato do pai da criança pinta uma má imagem sobre as autoridades portugueses. O El Mundo escreve que, perante a "passividade das autoridades portuguesas", o homem teve de recorrer a um serviço privado de detetives de Barcelona, e foi a investigação conduzida pelos mesmos que levou à descoberta do paradeiro de mãe e filho. O pai chegou mesmo a deslocar-se a Portugal para salientar o seu desespero para encontrar a criança.
O menino, Bastin, estará alojado nos serviços sociais do Estado português; já a mulher terá sido detida por ordem do Tribunal de Évora, e aguarda extradição para ser acusada e julgada em Barcelona.
A associação SOS Desaparecidos, uma associação sem fins lucrativos que colabora com as autoridades para encontrar pessoas desaparecidas, contou que a portuguesa fez várias denúncias "falsas", nas quais "nem se apresentava para ratificá-las, denúncias claramente instrumentais e sem base nenhuma" contra o pai. Este, por sua vez, acusa Ana Patrícia Trindade de retirar a criança da escola pouco antes do desaparecimento.
Um dirigente da associação também acusa as autoridades, tanto portuguesas como espanholas, de desvalorizarem o desaparecimento e, agora, de atrasarem o processo de regresso da criança.
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