O incêndio que lavra desde dia 6 de agosto, há 10 dias, na Serra da Estrela, entrou esta tarde na localidade de Orjais, num perímetro de habitações dispersas, estando a ameaçar algumas dessas casas.
A informação é confirmada ao Notícias ao Minuto pelo Comando Nacional da Proteção Civil que indica que foi efetuada a retirada de algumas pessoas dessa localidade com mobilidade reduzida.
A mesma fonte acrescenta que a N18 foi cortada ao trânsito entre o nó de Teixoso e cruzamento da N232.
A população de Orjais encontra-se a ajudar no combate às chamas que não dão tréguas.
No terreno estavam, às 18h00, 1250 operacionais, apoiados por 392 veículos e 12 meios aéreos, um número que já aumentou devido a reforço de meios.
Esta ocorrência já provocou, no total, 21 feridos ligeiros - nestes já se incluem os dois bombeiros feridos hoje num despiste perto de Sarzedo - três graves e 39 assistidos.
De acordo com o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, no ponto de situação feito às 19h00, foram retiradas 45 pessoas para zonas de concentração e apoio à população.
Relativamente à evolução do fogo, André Fernandes adianta que continua "muito fragmentado, contudo é expectável que, durante a noite, o vento perca intensidade", abrindo, por isso, "uma janela de oportunidade" para os bombeiros conseguirem estabilizar o incêndio.
A Proteção Civil espera poder estabilizar o fogo durante a noite e dominá-lo antes do aumento das temperaturas que se avizinha nos próximos dias.
Vigilância reforçada e pelo menos um barracão 'engolido' pelo fogo
Em comunicado enviado às redações esta terça-feira, a GNR indica que irá "manter e reforçar a vigilância no terreno, nomeadamente nos locais de reacendimento e considerados mais críticos".
Ainda no dia de hoje, 16 de agosto, o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) indicou que a região da Serra da Estrela, nos concelhos de Belmonte, Covilhã e Guarda, vai ter um "incremento na vigilância" pelas forças de segurança.
Em declarações aos jornalistas, em Belmonte, distrito de Castelo Branco, onde o incêndio tem "uma frente muito ativa", Duarte Costa disse que a medida é "decorrente da indicação do senhor ministro da Administração Interna [José Luís Carneiro], conjuntamente com o comandante-geral da GNR", Rui Clero.
O autarca de Belmonte, António Dias Rocha, disse na conferência de imprensa conjunta - que reuniu além do autarca de Belmonte, o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Duarte Costa, e os autarcas da Covilhã, Vítor Pereira e da Guarda, Sérgio Costa - que já "ardeu um barracão".
Já no concelho da Guarda, o presidente contou que, na segunda-feira, "o fogo atravessou completamente a aldeia de Valhelhas, a vila de Gonçalo e a aldeia de Famalicão da Serra, que tiveram de ser, em parte, evacuadas, tal como no Seixo Amarelo".
Sérgio Costa apontou ainda "que poderá haver alguns prejuízos de segundas habitações e alguns armazéns agrícolas", mas lembrou que está a ser feito o levantamento, assim como também os "muitos postos de telecomunicações que foram ardendo ou que tombaram".
O incêndio reativou na segunda-feira, depois de ter sido dado como dominado no sábado. Deflagrou na madrugada do dia 6 em Garrocho, no concelho da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, e as chamas estenderam-se depois ao distrito da Guarda, nos municípios de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira.
Refira-se que este incêndio já consumiu floresta nos concelhos da Covilhã, de Manteigas e da Guarda, tendo consumido mais de 14 mil hectares e obrigado à evacuação de várias aldeias na linha do fogo.
[Notícia atualizada às 20h08]
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