"Claro, há essa disponibilidade. Moçambique conhece qual é a nossa disponibilidade, é preciso saber se a nossa disponibilidade se engaja com as necessidades que Moçambique tem", afirmou António Costa, em declarações aos jornalistas, em Maputo.
O primeiro-ministro termina hoje uma visita oficial de dois dias a Moçambique, onde participou na V Cimeira Luso-Moçambicana.
António Costa visitou hoje as tropas portuguesas na Escola de Fuzileiros Navais e a missão de treino da União Europeia de formação das tropas moçambicanas para combate ao terrorismo na Companhia Independente de Fuzileiros, em Catembe (na margem sul de Maputo).
"Há uma parte do equipamento que a própria União Europeia fornece, já está em Moçambique, e creio que será entregue aquando da visita do alto representante Josep Borrell agora no próximo dia 09", afirmou.
Apontando que "há um outro tipo de equipamento que Moçambique tem estado com necessidades", o primeiro-ministro português afirmou ser necessário "trabalhar, quer no quadro da União Europeia quer, porventura, entre um conjunto de países da União Europeia, para se poder completar esse apoio para que toda esta operação, além da formação, depois tenha as ferramentas necessárias para a ação".
Questionado se o equipamento que Portugal pode enviar para Moçambique inclui armamento, o primeiro-ministro admitiu essa possibilidade.
Entretanto, fonte oficial do seu gabinete indicou que se trata de material militar não letal.
Na quinta-feira, o Presidente da República de Moçambique pediu "equipamento moderno", defendendo que "os apoios materiais seriam fundamentais para o combate ao inimigo".
Na Companhia Independente de Fuzileiros, o primeiro-ministro e a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, assistiram a uma pequena demonstração do treino que é dado aos militares moçambicanos.
No 'briefing' que fez à comitiva do Governo português, o comandante da missão de formação militar da União Europeia em Moçambique, brigadeiro-general Lemos Pires, indicou que a missão conta com 119 membros de 12 países.
Lemos Pires disse que o material que vai ser doado pela União Europeia, no valor de 89 milhões de euros, é "exatamente aquilo que Moçambique quer".
A formação das 11 unidades das Forças de Reação Rápida (FRR) moçambicanas - fuzileiros e comandos -- foi aprovada durante a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia. Arrancou no final do ano passado e tem uma duração prevista de dois anos, devendo acolher ao longo do período 140 militares formadores.
A missão responde ao pedido de ajuda do governo moçambicano para preparação de 1.100 oficiais, sargentos e soldados moçambicanos - seis companhias de operações especiais do exército e cinco de operações especiais da Marinha - para combater, em especial, em Cabo Delgado.
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