Médicos apelam a Pizarro para não usar propaganda para resolver problemas
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) apelou a Manuel Pizarro, que foi hoje nomeado ministro da Saúde, para não utilizar "propaganda como forma de resolver os problemas", acrescentando que a escolha do eurodeputado socialista é um "sinal de esperança".
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País Pizarro
Numa primeira reação à decisão do primeiro-ministro, António Costa, o líder do SIM, Jorge Roque da Cunha, reconheceu que a tarefa do futuro ministro é "extraordinariamente difícil", mas enalteceu a "capacidade de diálogo no exercício das suas funções", bem como a "experiência política" do dirigente socialista no parlamento e em funções governativas, uma vez que já foi secretário de Estado da Saúde entre 2008 e 2011.
"Que este sinal de esperança não seja defraudado daqui a algum tempo. Mantemos total disponibilidade para contribuir para mitigar os problemas e apelar para que o senhor ministro não use a propaganda como forma de resolver os problemas; Que os encare, que fale verdade aos portugueses, porque, dessa forma, com certeza conseguirá mobilizá-los para esta difícil tarefa", afirmou à Lusa.
E o dirigente sindical lembrou inclusivamente a participação de Manuel Pizarro em anteriores negociações com a classe médica: "Foi uma pessoa muito importante na negociação dos acordos coletivos de trabalho com os médicos na altura da Dra. Ana Jorge. Conhece os problemas e é uma pessoa atenta".
"Esperamos também que tenha a capacidade de motivar e mobilizar -- médicos, enfermeiros, assistentes técnicos e administrativos - na defesa do SNS. Para tal, é essencial que crie condições para que haja mais médicos no SNS, invertendo a tendência dos últimos anos, a juntar às reformas, ao aumento do número de médicos que rescindem contratos e a diminuição da capacidade de contratação", reforçou.
Por outro lado, Roque da Cunha manifestou a expectativa de que Manuel Pizarro possa traduzir a sua experiência política em "capacidade de influência junto do primeiro-ministro e do ministro das Finanças", com vista a "canalizar parte dos cinco mil milhões de euros" de impostos para o SNS, "revertendo aquilo que tem sido a tendência dos últimos anos de subinvestimento no setor da saúde".
"Esperamos também que tenha a capacidade de diminuir o número de portugueses sem médico de família, de diminuir a ansiedade dos portugueses e das portuguesas, particularmente das grávidas, ao recorrerem aos serviços de urgência", comentou o líder do SIM, que realçou a diferença de perfil relativamente à antecessora Marta Temido.
"O Governo é só um e as políticas do Governo são as políticas do Governo. Mas as pessoas também fazem os cargos e a forma de olhar para os problemas, se for com verdade, capacidade de diálogo e de resolver e não adiar os problemas...", disse, lançando um repto a partir da "mudança de estilo" no detentor da pasta: "Que isso possa ocorrer. Contará connosco para alertar para as situações, propor soluções e chegar a um acordo rápido e rigoroso".
O primeiro-ministro, António Costa, propôs hoje ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a nomeação do eurodeputado socialista Manuel Pizarro para o cargo de ministro da Saúde, em substituição de Marta Temido.
"Na sequência da proposta do primeiro-ministro, o Presidente da República conferirá posse sábado ao novo ministro da Saúde, Manuel Francisco Pizarro de Sampaio e Castro, pelas 18:00, no Palácio de Belém", lê-se na nota oficial publicada na página oficial da Presidência da República.
Manuel Pizarro, médico, especialista em medicina interna, foi secretário de Estado da Saúde nos dois executivos liderados por José Sócrates, entre 2008 e 2011.
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