Em declarações aos jornalistas, após uma reunião com o líder do Governo dos Açores na sede da Presidência em Ponta Delgada, o dirigente socialista considerou que o próximo Orçamento da região deve "apoiar as famílias e as empresas" devido ao "contexto económico e financeiro muito complexo".
"O PS afirmou a necessidade de o Plano e o Orçamento terem capacidade de responder à crise inflacionista que certamente se intensificará", declarou.
O presidente do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), o social-democrata José Manuel Bolieiro, está hoje a receber os partidos políticos a propósito da elaboração das antepropostas de Plano e Orçamento para 2023, que devem ser discutidos em novembro na Assembleia Regional.
Berto Messias apelou ao executivo açoriano para fazer "uso da autonomia" e "ajudar as famílias e as empresas açorianas" face ao aumento dos preços dos combustíveis e da perda de poder de compra.
"Entendemos que o Plano e Orçamento da região têm de ter a capacidade de responder devidamente a esta situação, em linha e em coerência com aquilo que o Governo Regional conseguiu fazer em vários momentos do passado recente", reforçou, dando o exemplo da crise financeira de 2008 ou da pandemia da covid-19.
O deputado do PS no parlamento açoriano realçou a "necessidade imperiosa" de o Governo Regional "aplicar rapidamente e de forma eficaz" os fundos comunitários provenientes do Programa Operacional 2030 e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
"Ainda não temos um novo sistema de incentivos à atividade empresarial definido", acrescentou.
O socialista avisou ainda que o executivo regional se deve "focar" nos "problemas" dos açorianos.
"Parece-nos importante que o Governo Regional se foque naquilo que são os problemas dos Açores e dos açorianos e que, no âmbito da construção do Plano de investimentos e do Orçamento, não se perda em negociações interpartidárias cuja preocupação é sustentar o Governo Regional", destacou.
A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado independente (eleito pelo Chega).
O Governo Regional depende do apoio dos partidos que integram o executivo, da IL, do Chega e do deputado independente para ter maioria absoluta na Assembleia Legislativa Regional.
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