Penafiel e Baião preocupados com possível diminuição do caudal do Douro
As câmaras de Penafiel e de Baião, no distrito do Porto, admitiram hoje preocupação com o caudal do rio Douro, devido à diminuição das descargas de água de barragens espanholas.
© Marinha
País Douro
"A nossa preocupação não é tanto com a captação de água, uma vez que o concelho é abastecido a partir do rio Tâmega, mas sim com todas as questões ambientais e até mesmo económicas, como, por exemplo, a navegabilidade do rio Douro, refere a autarquia de Penafiel, numa posição enviada à Lusa.
A autarquia liderada pelo social-democrata Antonino Sousa recorda que o concelho tem cerca de 13 quilómetros de frente de rio, lamentando "profundamente que o Governo só tenha esta preocupação de forma sazonal, quando o problema bate à porta".
"Caso contrário [o Governo], criaria mecanismos de retenção de água em períodos de maior chuva e, provavelmente, o problema seria bem menor", reforça Penafiel.
Já para Baião, a redução do caudal poderia levar a várias alterações nefastas, como o aumento da poluição das águas do rio, impacto no ecossistema ribeirinho, afetando espécies endógenas. Assinala ainda município que a diminuição de caudal, se ocorresse, "teria impactos muito negativos nos modos de vida ancestrais tanto agrícolas como culturais".
Não obstante, a autarquia presidida pelo socialista Paulo Pereira diz confiar no "Governo de Portugal, estando certa de que, seja qual for a conjuntura, o interesse nacional e o interesse das comunidades estará acautelado".
Do mesmo modo, acrescenta Baião em nota enviada à Lusa, pode-se contar com a "capacidade da União Europeia de monitorizar e intervir em eventuais limitações ao princípio da solidariedade entre estados".
Portugal e Espanha comprometeram-se na quarta-feira a encontrar "soluções que minimizem os impactos" da seca, admitindo preocupação perante as previsões meteorológicas que obrigarão ao reforço da coordenação da gestão da água e da libertação de caudais.
O compromisso foi assumido numa declaração conjunta de Portugal e Espanha, divulgada pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática, depois de os dois países terem acordado reduzir as descargas de água de barragens espanholas da bacia do Douro, assumindo a impossibilidade de cumprimento dos caudais mínimos acordados.
No texto, os executivos confirmam que até hoje, dia em que termina o atual ano hidrológico, Espanha "não irá cumprir com os caudais anuais nos rios Tejo e Douro, que se antecipa que fiquem em cerca de 90% dos valores estabelecidos na Convenção".
A Lusa solicitou uma posição sobre a matéria ao município de Marco de Canaveses, também com vários quilómetros de frente de rio, mas não obteve resposta.
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