Médico trabalhou "durante 136 horas" no Algarve. SIM condena atitude
Sindicato Independente dos Médicos condenou a "atitude irresponsável" do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve, que "está a colocar em perigo as pessoas que recorrem ao serviço de urgência".
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Um médico obstetra trabalhou durante 136 horas no serviço de urgência do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA), denunciou o Sindicato Independente dos Médicos (SIM). O caso foi divulgado, esta sexta-feira, pela CNN Portugal e confirmada pelo secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, ao Notícias ao Minuto.
O responsável condenou a "atitude irresponsável" do conselho de administração do centro hospitalar que "permite e escala um médico durante cinco dias e meio" nos hospitais de Faro e Portimão.
"O conselho de administração contratou um médico durante uma semana, 136 horas. Tendo conhecimento disso, o conselho de administração está a colocar em perigo as pessoas que recorrem ao serviço de urgência", frisou.
Jorge Roque da Cunha lembrou que, em 2021, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) pagou 142 milhões de euros em prestações de serviços e que o sindicato "por várias vezes, alertou e solicitou" que quem "contrata os serviços possa controlar as qualificações dos médicos que são contratados mas também o seu percurso em termos de horário de trabalho".
Acrescentou ainda que pediu à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) para realizar um "inquérito às escalas de urgência um pouco por todo o país", uma vez que estão "muito depauperadas em termos de número" e que o "Estado recorre crescentemente a prestadores de serviços".
"No Algarve mais de 60% do serviço de urgência é feito por colegas prestadores", afirmou.
Com o inquérito, o SIM pretende que a IGAS "possa garantir que os médicos que estão a prestar esses serviços de urgência têm o mínimo dos mínimos de descanso". "É impossível, quem quer que seja, trabalhar durante cinco dias e meio", frisou.
O Notícias ao Minuto contactou o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve, mas até ao momento não obteve resposta.
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