O embaixador russo em Portugal, Mikhail Kamynin, foi chamado para comparecer esta segunda-feira no Ministério dos Negócios Estrangeiros, informa uma nota da referida tutela a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
Tudo terá acontecido, segundo pode ler-se no comunicado, com o intuito de de comunicar ao diplomata a "firme rejeição e a inequívoca condenação do Governo português quanto à recente anexação pela Rússia dos territórios ucranianos de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia (Zaporíjia) e Kherson".
No encontro que decorreu esta segunda-feira, Rui Vinhas, diretor-geral de Política Externa do mesmo Ministério, terá ainda sublinhado perante o diplomata que tal "ato de anexação é ilegal" e que se "configura uma violação grosseira do Direito Internacional". Consequentemente, prossegue a mesma nota, em causa está uma ação "cujos efeitos Portugal jamais reconhecerá".
Durante a reunião, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português terá ainda pedido às autoridades russas que "anulem" essa mesma anexação de territórios ucranianos, que "põe em causa a ordem internacional e a arquitetura de segurança europeia".
Por essa mesma razão, refere ainda o comunicado, a "União Europeia adotará medidas restritivas adicionais e continuará a apoiar a integridade territorial e a soberania da Ucrânia".
Ao convocar o embaixador russo para abordar este tema, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português seguiu o exemplo dados por outros países europeus, como Espanha, Itália e Reino Unido, entre outros.
De recordar que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, formalizou na sexta-feira, em Moscovo, a anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, atualmente ocupadas, de forma parcial, pelas tropas russas.
Uma anexação que se deu no seguimento dos referendos anunciados pela Federação Russa - que não são, no entanto, reconhecidos pela comunidade internacional e são até tidos como ilegais.
Já esta segunda-feira, a Duma (câmara baixa do parlamento russo) viria a ratificar os tratados de anexação destes territórios, que correspondem a cerca de 15% do território da Ucrânia.
[Notícia atualizada às 19h13]
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