Marcelo volta a justificar-se. "Acha que a fé católica influencia?"
Marcelo Rebelo de Sousa voltou a explicar as declarações sobre o tema dos abusos sexuais na Igreja.
© Getty Imagens
País Abusos na Igreja
Depois de estar tarde estalar a polémica em torno das declarações de Marcelo, e já depois de este se justificar com nota no site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a tentar aclarar as suas declarações, após ter afirmado que "haver 400 casos" relatados de abuso sexual na Igreja portuguesa "não parece particularmente elevado".
Desta vez, à RTP, o Presidente sentiu necessidade de defender que o seu ponto de vista não era uma "desvalorização", mas antes uma desconfiança de que o número poderá ser maior.
Reiterando que as pessoas "são livres" e que "vivemos e democracia", disse que não podia amuar com as críticas, mas que não as compreende, uma vez que “não é a primeira vez” que fala sobre isto e porque “considera qualquer caso muito grave“.
Recordou ainda que pôs a sua “assinatura” numa suspeita que lhe chegou e que recai sobre D. José Ornelas - presidente da Conferência Episcopal Portuguesa. "Não tive um instante de dúvidas", asseverou.
Depois, disse que já tinha respondido desta forma, numa outra ocasião em que lhe fizeram a pergunta. "Para os milhões de pessoas que contactam com instituições religiosas, católicas, acho curto o número de 400 e tal. Se quer a minha convicção, acho que há muitos mais”, insistiu, ressalvando a "coragem" dos que já denunciaram.
Perante a insistência do jornalista, se a forma como se expressou não terá sido a melhor, Marcelo asseverou que “´é precisamente o achar que infelizmente as minhas expectativas eram muito superiores. Mas acho [que se ficou num número] curto“, repetiu.
Por fim, o Presidente foi inquirido se achava que a sua fé católica estava a influenciar o mandato presidencial. “Acha que a fé católica influencia quando o Presidente pega numa denúncia em relação ao mais importante dos Bispos portugueses e a assina?", questionou de volta o próprio Marcelo.
A justificação do Presidente surge após uma chuva de críticas que se seguiram a essas declarações.
Grande parte dos partidos com assento parlamentar, desde o Iniciativa Liberal e o Chega ao Bloco de Esquerda e ao Livre consideraram as palavras do Presidente "infelizes" e exigiram um pedido de desculpas.
Recorde aqui as declarações iniciais de Marcelo Rebelo de Sousa: "Não me surpreende. Não há limite de tempo para estas queixas, que vêm de pessoas de 80 ou 90 anos. Estamos perante um universo de milhões ou muitas centenas de milhares de jovens em contacto com a Igreja. Haver 400 casos não me parece particularmente elevado".
Leia Também: Após críticas, Marcelo justifica-se. Relatos sugerem "números superiores"
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com