Estratégia de segurança urbana deve incluir discurso contra o ódio
A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares afirmou hoje, em Coimbra, que "é essencial" que a segurança urbana mantenha na sua estratégia o discurso contra o ódio.
© Lusa
País Ana Catarina Mendes
Ana Catarina Mendes, que falava no arranque da segunda edição das Conferências de Coimbra, dedicada à segurança urbana, chamou a atenção para o discurso de ódio, que procura "diretamente hostilizar as populações locais contra aqueles que simplesmente ou são diferentes ou são de fora, deturpando a realidade, disseminando a mentira e procurando instigar o medo para dificultar o mais possível a integração.
"É imperioso perceber que [este tipo de discurso] procura só e apenas fomentar a violência para assim se tornar uma profecia autorrealizável -- incentivar a violência e o ódio, para que a violência ecluda e justifique o próprio discurso contra o ódio", notou a ministra.
"É, por isso, essencial que a segurança urbana mantenha também na sua estratégia o discurso contra o ódio", vincou.
Durante a sua intervenção, Ana Catarina Mendes considerou que uma das áreas da segurança urbana onde as autarquias podem continuar "a apoiar mais e a trabalhar mais" se prende "com um combate claro e sem quartel ao discurso de ódio assente em ideias xenófobas e factos deturpados".
"Uma sociedade será tanto mais segura quanto mais inclusiva for e quanto mais capaz for de integrar e isso só se consegue com estratégias locais, numa concertação e parceria entre o Governo central, as autarquias e as forças de segurança", frisou a ministra, apontando para vários programas que procuram trabalhar nesse sentido.
Ana Catarina Mendes abordou também a violência doméstica e de género, destacando também nesse campo a importância das respostas locais e regionais à problemática.
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, também chamou a atenção para a necessidade de se desconstruir "e combater os discursos de intolerância e incompreensão".
Apesar de referir o facto de o país ser um dos "mais pacíficos do mundo", o governante sublinhou que há vários desafios, seja os potenciais efeitos da pandemia e da guerra na Ucrânia no tecido social ou o combate ao cibercrime.
Também José Luís Carneiro realçou a importância do trabalho de prevenção, considerando fundamental "uma estratégia que trabalhe a montante, alargando a malha de cooperação a famílias, meio ambiente e contexto escolar" para assegurar uma sociedade mais segura.
Na sessão de abertura, discursaram ainda a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, a presidente da Associação Nacional de Municípios, Luísa Salgueiro (via vídeo), o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, e o presidente da Associação Nacional de Freguesias, Jorge Veloso.
A segunda edição das Conferências de Coimbra "Segurança Urbana - Os Municípios e a Proteção do Espaço Público" começou hoje e termina na quarta-feira, realizando-se no Convento São Francisco.
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