Em declarações à Lusa, Ribeiro e Castro afirmou que "o legado mais extraordinário que deixa são justamente os seus 100 anos", a "sua vida, uma vida ao serviço de Portugal, dos portugueses, da universidade, do pensamento".
O ex-presidente do CDS deixou, segundo Ribeiro e Castro, "uma marca de um democrata cristão, a abolição do estatuto do indigenato", ainda durante o anterior regime, quando foi ministro do Ultramar, na década de 1960, ainda durante o Estado Novo.
"Ele, que veio a ser membro e presidente do CDS, cometeu um gesto democrata cristão, um gesto CDS, muito antes de o CDS existir", disse ainda.
Depois de recordar o seu perfil de académico e intelectual, Ribeiro e Castro disse reconhecer "nele um visionário universal", uma pessoa da ciência política, das relações internacionais, da política internacional, das questões estratégicas e de segurança" e que "vivia muito preocupado até ao fim, sempre muito inquieto".
"É uma pessoa muito preocupada com a paz e creio que, infelizmente, morreu inquieto", declarou, numa referência à guerra na Ucrânia, após a invasão pela Rússia.
Adriano Moreira foi ministro do Ultramar no período da ditadura (1961-1963) e deputado e presidente do CDS-PP já na democracia, mantendo sempre a ligação à universidade e à reflexão em matéria de Relações Internacionais.
Com 100 anos completados em 06 de setembro passado, foi condecorado pelo Presidente da República em junho com a Grã-Cruz da Ordem de Camões.
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