O Exército português anunciou, esta quarta-feira, que vai instaurar processos disciplinares a três instrutores, responsáveis pelo 138.º Curso de Comandos que foi interrompido em setembro, depois de alguns formandos terem sido internados e um dos jovens ter sido submetido a um transplante hepático.
Em comunicado enviado às redações, o ramo das Forças Armadas explica que "as conclusões" da investigação aos acontecimentos "determinaram a instauração de processo disciplinar a três militares da Equipa de Instrução do 138.º Curso de Comandos, dada a existência de indícios de infração disciplinar, por eventual violação dos deveres de obediência, zelo e responsabilidade, previstos no Regulamento de Disciplina Militar".
Depois do caso, o exército suspendeu o curso a 10 de setembro, e admite-se agora que, após uma inspeção técnica extraordinária, que há necessidade de analisar e rever alguns dos normativos relativos ao Curso de Comandos".
"Nesse sentido, o General Chefe do Estado-Maior do Exército determinou a constituição de um Grupo de Trabalho, com a incumbência de propor uma revisão do Referencial do Curso de Comandos, de modo a que a formação adote um carácter mais evolutivo, com uma fase preparatória e adaptativa, uma atualização de normativos e procedimentos, e uma definição das ações de controlo médico, físico e psicológico", explica o Exército.
É acrescentando que o curso irá ser retomado "com brevidade, após a aprovação das propostas do Grupo de Trabalho".
Em nenhum ponto do comunicado são abordadas as acusações sobre um alegado uso de substâncias dopantes pelos recrutas, que poderão, alegadamente, ter contribuído para os incidentes resultantes da "falta de preparação física".
A ministra da Defesa Nacional já tinha avançado no sábado que as conclusões do processo foram enviadas ao Ministério Público (MP), que também está a realizar um inquérito. O Exército confirma que enviou ao MP "toda a documentação inerente ao Processo de Averiguações e Inspeção Técnica Extraordinária".
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