Durante uma intervenção na Assembleia da República, que hoje debate as propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) que são votadas na especialidade à tarde, o secretário de Estado do Ambiente, João Galamba, indicou que o Executivo acompanha a proposta.
"No prazo de 60 dias após a entrada em vigor da presente lei, o Governo define, por via de portaria, os termos e critérios do sistema de depósito de embalagens de bebidas em plástico, vidro, metais ferrosos e alumínio com depósito não reutilizáveis", lê-se na proposta da IL.
Segundo João Galamba, o executivo apoia a proposta, já que "se enquadra na intervenção que o Governo está a finalizar".
"O decreto-lei está pronto e [a proposta] está em linha com o que vamos fazer", acrescentou.
A questão foi levantada pelo deputado da IL Bernardo Blanco, que argumentou que "as taxas de gestão de resíduos em Portugal continuam baixíssimas".
Na proposta, a IL justifica que o sistema de depósito com retorno de embalagens de uso único de bebidas de plástico, vidro e metal está previsto na legislação portuguesa, mas falta regulamentar os critérios.
"A presente proposta de alteração pretende acelerar a regulamentação deste sistema em Portugal, para que o investimento na economia circular possa começar a fluir o quanto antes", explica.
A falta do sistema, que se previa estar em funcionamento desde o início do ano, tem sido criticada por organizações ambientalistas.
A associação ambientalista Zero disse recentemente que sem um sistema de depósito com retorno será impossível a Portugal cumprir com a obrigação de recolha de 77% em peso das embalagens de bebidas em plástico até final de 2025 e de 90%, em peso, até final de 2029.
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