Ativistas pelo clima acusados de desobediência voltam a tribunal dia 9
No Campus da Justiça, em Lisboa, os manifestantes consideraram, ontem, que as suas detenções pela Polícia de Segurança Pública, no dia 11, resultaram de uma "decisão arbitrária".
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País Ativistas
Os quatro ativistas do 'Fim ao Fóssil: Ocupa!' que foram detidos na Faculdade de Letras tiveram a primeira audiência do julgamento ontem, 29 de novembro, no Campus da Justiça, em Lisboa, e irão regressar a tribunal no próximo dia 9, pelas 9 horas. A informação foi revelada pelo movimento, em comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
Na nota, os manifestantes dão ainda conta de que os estudantes da Faculdade de Letras "estão a enfrentar a acusação de desobediência civil por parte do Ministério Público, após terem sido removidos da ocupação pacífica e detidos pela Polícia de Segurança Pública na noite de 11 de novembro, ordem dada pelo diretor Miguel Tamen".
E embora inicialmente "estivessem acusados também de introdução em local vedado ao público", a "acusação foi suspensa", uma vez que "seria necessário a Universidade de Lisboa apresentar uma queixa formal, que não se verificou".
Na audiência de ontem, foram ouvidos os estudantes e como várias testemunhas, entre elas um membro do Conselho Geral da Universidade de Lisboa. "Na resolução lida à porta do tribunal à manifestação em solidariedade e aos jornalistas, o Conselho Geral admite que 'não foi dado conhecimento nem pedida autorização ao Magnífico Reitor' para chamar a polícia e que a intervenção policial 'sem que existisse ou estivesse iminente qualquer crime ou ameaça pública' na Universidade, 'motivo de grande perplexidade e indignação por parte deste órgão e da comunidade académica'", é referido na mesma nota.
Ativistas em julgamento criticam "decisão arbitrária"
Os quatro ativistas climáticos do movimento 'Fim ao Fóssil-Ocupa!' a serem julgados por desobediência civil consideraram ontem que as suas detenções pela Polícia de Segurança Pública (PSP), no dia 11, resultaram de uma "decisão arbitrária".
Os quatro jovens - conhecidos no meio estudantil por 'Ana', 'Nemo', 'Artur' e 'Mateus' - alegaram perante o juiz do Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa que não estavam a incomodar ninguém com o "protesto pacífico" em defesa do clima, que já durava desde 7 de novembro, com autorização de pernoitarem naquela universidade, quando quatro dias depois, numa sexta-feira, foram confrontados com a intervenção policial para os retirar daquele espaço até às 22h00, a mando do diretor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Miguel Tamen.
Ouvido pelo tribunal, Tamen alegou que na base do seu pedido dirigido à PSP estiveram queixas relacionadas com a perturbação das aulas causadas pelos manifestantes, mas, em resposta ao juiz, acabou por admitir que, independentemente disso, "era insustentável" ter pessoas a pernoitar no fim de semana na Faculdade de Letras porque ao sábado e domingo a universidade fica "sem segurança".
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