Pouco se sabe sobre como decorre o processo de luto nos animais. Contudo, uma equipa de investigadores portugueses da Associação para a Investigação do Meio Marinho (AIMM), com sede no Algarve, ficou mais perto de uma resposta, ao captar o momento em que uma fêmea adulta de golfinho-roaz transportava uma cria morta.
As imagens, às quais poderá aceder na galeria acima, foram gravadas durante uma saída de campo da Organização Não Governamental (ONG), no ano passado, tendo sido divulgadas na sequência da publicação do artigo científico elaborado por estes especialistas, no mês passado.
Ao observar um grupo de 50 a 60 golfinhos-roazes, os especialistas notaram que um deles parecia agitado, ficando para trás. Constataram, depois, que se tratava de uma fêmea adulta, que transportava uma cria morta, procurando levá-la até à superfície. Este comportamento poderá estar ligado ao processo de luto também observado em humanos, sendo mais um “indicativo da capacidade de sentimento destes animais”.
“Nesse dia, observámos uma fêmea adulta de golfinho-roaz a transportar uma cria morta, num momento de luto”, começou por descrever a AIMM, em nota enviada ao Notícias ao Minuto.
“Apesar de ter sido um avistamento um pouco triste, é um comportamento que demonstra a capacidade de sentimento destes animais. E para nós, e colegas da nossa área, é muito importante para aprofundarmos o nosso conhecimento”, complementou, realçando que “é a primeira vez em Portugal que se regista um avistamento deste comportamento, com registo aéreo, subaquático e fotográfico”.
Fundada em 2010, a entidade assume como missão proteger e estudar as espécies marinhas que habitam o Oceano Atlântico.
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