'Tempestade Perfeita'. Ministro diz que justiça "está a funcionar"
Gomes Cravinho, que foi ministro da Defesa Nacional, escusou-se de comentar as detenções feitas no ministério da Defesa.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, optou por não comentar a operação 'Tempestade Perfeita' que, na quarta-feira, levou à detenção de cinco pessoas, três das quais altos quadros do Ministério da Defesa.
Aos jornalistas, após ter marcado presença no encerramento das comemorações da circum-navegação de Fernão de Magalhães, em Lisboa, Gomes Cravinho admitiu acompanhou a investigação da Polícia Judiciária (PJ) quando ainda era ministro de Defesa, no governo anterior.
Segundo o ministro, foi "nessas funções, e de acordo com a informação que tinha em casa momento", que enviou "o material para a Inspeção-Geral de Defesa Nacional, para o Tribunal de Contas e para a Procuradoria-Geral da República".
"Aquilo que se está a passar agora é simplesmente a justiça a fazer o seu trabalho. Este é um momento de trabalho da justiça, não é o momento de comentários políticos. Aquilo que apenas desejo é que se esclareça tudo aquilo que há a esclarecer e que a justiça possa fazer o seu trabalho de forma cabal", salientou Gomes Cravinho.
Na base da operação 'Tempestade Perfeita' estão suspeitas de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, abuso de poder e branqueamento, entre outros crimes que terão lesado o Estado em milhares de euros. O principal visado é o ex-diretor-geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) Alberto Coelho, que chegou a ser elogiado por Gomes Cravinho na Assembleia da República.
Foram também detidos o diretor de Serviços de Infraestruturas e Património, Francisco Marques, o ex-diretor da Gestão Financeira do Ministério da Defesa Nacional, Paulo Branco, e mais três empresários.
Alberto Coelho foi diretor da DGRDN entre 2015 e 2021, e já foi multado pelo Tribunal de Contas por seis infrações financeiras e por ser considerado responsável pela derrapagem nos custos de requalificação do Hospital Militar de Belém. Apesar do orçamento inicial de 750 mil euros para transformar o hospital num centro de apoio à Covid-19, o preço total da obra ascendeu aos 3,2 milhões de euros.
Perante a insistência dos jornalistas, João Gomes Cravinho reafirmou que "num Estado de Direito como felizmente somos, é importante as instituições funcionarem cada uma no momento certo, e este é o momento de funcionamento da justiça".
Após serem divulgadas as notícias sobre a operação policial, o Chega pediu rapidamente a demissão do ministro, argumentando que o governante deixou de ter condições para continuar no cargo.
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