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Odivelas. Moradores pedem proteção junto à ribeira para evitar acidentes

Moradores do bairro junto à ribeira de Odivelas, no distrito de Lisboa, onde caíram dois automóveis hoje de madrugada e um dos motoristas morreu, pediram mais segurança naquele local para evitar estes acidentes, que dizem ser recorrentes.

Odivelas. Moradores pedem proteção junto à ribeira para evitar acidentes
Notícias ao Minuto

20:27 - 11/12/22 por Lusa

País Odivelas

"Ainda na semana passada caiu um [automóvel] aqui", disse à agência Lusa um morador que vive junto à ribeira de Odivelas, um curso de água que percorre este concelho e que continua no município de Loures até desaguar no Rio Trancão.

"Já aconteceu inúmeras vezes", reforçou Vítor Vieira, morador na Flamenga (Loures) e que esta tarde passou no local do acidente, a rua Ribeira da Póvoa, em que uma parte da estrada "não tem proteção" em relação à ribeira.

Esta rua estreita está parcialmente protegida com um muro de pedra, mas o local onde caíram as duas viaturas não tem qualquer vedação.

Vários moradores ouvidos pela Lusa dizem que é frequente passarem, à noite, naquela estrada, condutores alcoolizados que vêm de um bar existente no bairro.

Além de estreita, a via é pouco iluminada e lamacenta quando chove, mas por lá circulam veículos nos dois sentidos, apesar de em alguns pontos da estrada não ser possível duas passagens em simultâneo.

"Já caíram tantos carros aí", recorda uma moradora, acrescentando que os reboques vão "de mansinho" retirá-los.

Ainda a recuperar dos estragos provocados pelo mau tempo da semana anterior, em que a água da chuva e a subida do caudal da ribeira inundaram casas do bairro e deixaram estradas cobertas de terra, os moradores questionam o porquê de não prolongarem o muro da rua, que ajudaria a evitar não só mais acidentes automóveis, mas também cheias.

"Se o muro estivesse até lá ao fundo, as casas não seriam inundadas", aponta um homem que vive junto à ribeira e que ficou desalojado.

Os habitantes conhecem o risco a que estão sujeitos, pois estão "rodeados" de cursos de água, refere à Lusa um morador, que recorda ainda o crescimento do bairro a partir de 1974, com a vinda de "retornados" de África e de outras pessoas com baixos rendimentos, lembrando que chegou a ser classificado como bairro de génese ilegal.

Por tudo isto, os moradores pedem às autarquias o prolongamento do muro na rua Ribeira da Póvoa e também o corte da vegetação existente na ribeira, que dizem ser poucas vezes desbastada.

Contactado pela Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Póvoa de Santo Adrião/Olival Basto, Rogério Breia (PS), nega o registo de mais acidentes automóveis como os ocorridos esta noite.

"Houve em 2019 e estes agora de madrugada", disse o autarca, admitindo que "vai ser analisada" a colocação de um "resguardo" na parte da rua que não está vedada.

Quanto ao muro, Rogério Breia diz que "é impossível" alargá-lo, pelo que vai ponderar outra solução que levará ao encurtamento da estrada.

Na madrugada de hoje, dois carros, um deles um táxi onde seguiam duas pessoas, despistaram-se e caíram na ribeira de Odivelas.

Há a registar dois feridos ligeiros e a morte do taxista, cujo corpo esteve desaparecido e apareceu ao fim da tarde no Barreiro, que fica no distrito de Setúbal e a cerca de 15 quilómetros em linha reta do ponto de desaparecimento.

O outro ocupante do táxi foi resgatado por um elemento da PSP e transportado para o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, com ferimentos ligeiros.

No segundo despiste, o condutor do veículo, que estava alcoolizado, também foi retirado com ferimentos ligeiros e levado para o Hospital de Loures.

Este bairro está ligado por uma ponte à Estrada Nacional 8, via que une Odivelas e Loures e que foi fustigada pelo mau tempo da semana passada.

Leia Também: Encontrado corpo de taxista desaparecido na ribeira de Odivelas

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