Chega defende que "classe média" também deve receber apoio de 240 euros

O presidente do Chega considerou hoje positivo o apoio extraordinário de 240 euros para um milhão de famílias, anunciado hoje pelo primeiro-ministro, mas defendeu que a "classe média" também deve ser contemplada.

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Lusa
14/12/2022 15:47 ‧ 14/12/2022 por Lusa

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Em declarações aos jornalistas no parlamento, André Ventura afirmou que "todo o apoio que vier do Governo para as famílias nesta altura é um apoio positivo", mas criticou os critérios definidos para a distribuição.

"Até agora sabemos que estes 240 euros serão atribuídos a quem tenha prestações mínimas ou beneficie da tarifa social da eletricidade. Este é um mau critério, nós temos muita família da classe média neste momento com dificuldades em pagar a prestação da casa ou o cabaz familiar", considerou.

André Ventura apelou ao Governo para que "inclua a classe média neste apoio", propondo que sejam abrangidas as famílias que tiveram "um aumento acima dos 30% da prestação da casa e a taxa de esforço ultrapassa os 40% face ao rendimento do agregado".

O presidente do Chega propõe que seja tido também em conta o "número de membros do agregado familiar e a dificuldade em sustentá-los face às despesas escolares, familiares e hospitalares, ou ainda a taxa de esforço das famílias para pagar as despesas essenciais". 

Ventura criticou que, com os critérios definidos, o executivo "permitirá que os mesmos de sempre continuem a receber apoios do Governo e que outros que efetivamente também precisam não o recebam".

O líder do Chega indicou também que o partido vai pedir que o assunto seja discutido no parlamento "para mostrar que a classe média tem de estar dentro destes apoios", sustentando que "não pode estar fora, nomeadamente quando tanta da classe média, face ao aumento da prestação da casa, neste momento se encontra praticamente na mesma situação que muitos que recebem essa prestação mínima".

E apontou que esta parcela da população, "com juros e inflação, se encontra cada vez mais depauperada".

Questionado sobre quantas pessoas poderiam ser abrangidas com este alargamento, André Ventura não soube precisar.

António Costa anunciou hoje o pagamento de uma prestação extraordinária de 240 euros para um milhão de famílias que recebem prestações mínimas ou que beneficiem da tarifa social da energia.

A medida, que será aprovada em Conselho de Ministros na quinta-feira, foi anunciada durante uma entrevista à revista Visão. A entrevista será divulgada na íntegra igualmente na quinta-feira.

"A inflação é muito desigualitária nos seus efeitos", argumentou o líder do executivo, salientando que "os preços têm subido para todos", mas nem todos têm "a mesma capacidade de acomodar a subida dos preços".

De acordo com o primeiro-ministro, este apoio começa a ser pago no dia 23 de dezembro, até ao final do ano.

Este novo apoio extraordinário vai ser atribuído aos cidadãos abrangidos pela tarifa especial de eletricidade ou por prestações mínimas, sendo consideradas prestações sociais mínimas o complemento solidário para idosos, o rendimento social de inserção, a pensão social de invalidez do regime especial de proteção na invalidez, o complemento da prestação social para a inclusão, a pensão social de velhice e o subsídio social de desemprego.

Na declaração aos jornalistas, o líder do Chega aproveitou também para criticar o silêncio do primeiro-ministro quanto à investigação criminal sobre a eventual prática de crimes de corrupção que envolve a Defesa.

"Ontem questionei António Costa sobre se mantinha ou não a confiança em João Cravinho e António Costa nada disse sobre isso", declarou André Ventura, considerando que essa a "pergunta que se impõe a este momento" e que "era importante" que fosse respondida antes de terça-feira, dia do debate de urgência sobre o tema requerido pelo partido.

Ventura defendeu que "é fundamental que o caso João Cravinho não se torne no novo `caso Miguel Alves´, é fundamental para a credibilidade das instituições e para a credibilidade da democracia", pedindo também que o Presidente da República "esteja atento a esta situação".

[Notícia atualizada às 21h14]

Leia Também: IL. Número de famílias vulneráveis revela "falhanço" da gestão do país

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