Lula deverá dar continuidade às relações económicas Portugal-Brasil
O presidente da Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro disse à Lusa esperar que o Governo de Lula da Silva, que tomará posse no domingo continue prossiga o desenvolvimento da cooperação económica entre os dois países.
© CARLOS COSTA/AFP via Getty Images
País Lula da Silva
"Com o novo Governo, espera-se que seja dada uma plena continuidade à cooperação que vem sendo desenvolvida nas últimas dezenas de anos", afirmou, em declarações à Lusa, António Montenegro Fiúza.
O também diretor geral do Grupo Lusófona Brasil defende que as boas relações económicas bilaterais são fruto de décadas de trabalho e que "uma Diplomacia Económica não se faz num tempo curto, nem com os impulsos exclusivos dos governos".
O mais importante, frisou, e o que faz mover o motor é a vontade e os "interesses das empresas, dos empreendedores e dos cidadãos, pelo que a cooperação se desenvolve na fraternidade entre povos que têm interesses comuns".
Esse trabalho de cooperação económica tem crescido gradualmente nos últimos anos prova disso é o facto de as exportações portuguesas de bens e serviços para o Brasil terem subido 211,2% entre janeiro e julho face ao período homólogo, para 1.055,3 milhões de euros, segundo dados cedidos pela AICEP à Lusa.
De acordo com os dados oficiais, as exportações dispararam nos primeiros sete meses do ano face ao período homólogo, ajudadas sobretudo pelas exportações de serviços.
Também o inverso aconteceu: as exportações braileiras para Portugal aumentaram 94,9% e cifraram-se em 2.985,7 milhões de euros.
Para António Montenegro Fiúza a energia verde, a inovação, as startups e a educação são os principais ramos de crescimento entre os dois países.
"As energias renováveis serão, até pelo quadro de guerra que se vive, uma aposta que já se tornou irreversível, vendo-se grandes grupos empresariais que vieram dos combustíveis fósseis a apostar em formas "limpas" de criação de energia", frisou, na mesma semana em que A empresa elétrica portuguesa EDP anunciou a entrada em funcionamento no Brasil de quatro centrais solares fotovoltaicas, encomendada pelo Banco do Brasil.
Banco do Brasil planeia inaugurar outras 20 centrais fotovoltaicas, que já se encontram em construção, até 2023.
Questionado se a ideologia 'menos liberal' do futuro Presidente brasileiro, filiado ao Partido dos Trabalhadores, o presidente da Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro reforçou que "o papel dos governos é muito menos importante do que parece no quadro de pragmatismo" em que hoje se vive.
"Estou, sobretudo, confiante na capacidade que os empresários brasileiros e portugueses têm para desenhar projetos que superem todas as diferenças ideológicas e concorram para o desenvolvimento comum dos dois povos", frisou.
Ponto positivo serão as boas relações diplomáticas do futuro chefe de Estado brasileiro com Portugal, prova disso foi a sua viagem a Portugal para se encontrar com o primeiro-ministro português, António Costa, e o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, em Portugal, dias depois de ter vencido as presidenciais de 30 de outubro.
"É claro que o novo presidente deverá apresentar uma ação de diplomacia externa na linha do que já fez nas suas anteriores presidências, com visitas mais regulares a Portugal", disse António Montenegro Fiúza.
Estas visitas, na opinião do responsável português, "serão sempre excelentes momentos para aprofundar laços e desenvolver oportunidades".
Ainda assim, frisou, uma vez mais: "Mas o fundamental é o sustentado desenvolvimento entre os dois países que tem acontecido ao longo de décadas".
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