A organização ambientalista criticou no ano passado a junção das secretarias de Estado do Ambiente e da Energia, aquando da formação do Governo, e defendeu a separação.
Para a Zero, a junção das pastas resultou numa "incapacidade" para dar resposta atempada a diversos processos de concretização urgente, principalmente na área do Ambiente, que inclui resíduos, qualidade do ar, ruído, avaliação de impacto ambiental, entre outros temas.
"A saída de João Galamba para ministro das Infraestruturas foi efetivamente uma oportunidade para uma remodelação mais profunda do Ministério do Ambiente e Ação Climática", afirma a associação em comunicado, no qual "aplaude" esta decisão.
De acordo com a Zero, há muitas matérias "claramente conflituantes", que requerem "um equilíbrio" entre duas secretarias de Estado, nomeadamente no que respeita à concertação de aspetos de impacto ambiental com a construção de novas infraestruturas de produção de eletricidade renovável.
"A zero espera agora que as políticas ambientais, climáticas e energéticas tenham uma maior coerência e haja uma aceleração de desafios como a neutralidade climática, o colapso da gestão dos resíduos urbanos ou a acentuação da escassez hídrica em alguns territórios", lê-se no documento em que a associação manifesta também a intenção de se reunir "em breve" com os novos secretários de Estado do Ambiente, Hugo Pires, e da Energia e Clima, Ana Cláudia Gouveia.
O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS Hugo Pires vai ser secretário de Estado do Ambiente e a economista Ana Cláudia Gouveia secretária de Estado da Energia e do Clima, conforme anunciado na página da Presidência da República na Internet.
As pastas do Ambiente, da Energia e Clima foram até agora acumuladas por João Galamba, que agora assume o cargo de ministro das Infraestruturas, substituindo Pedro Nuno Santos.
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