Em declarações à agência Lusa, José Manuel Carpinteira disse tratar-se de um valor provisório, uma vez que o levantamento dos danos está ainda a ser efetuado, esperando na próxima semana ter o montante definitivo para enviar à ministra da Coesão Territorial.
"A senhora ministra já me garantiu que terá financiamento para a reconstrução. Obviamente não sabemos o valor final, mas temos a palavra dela. Estamos em contacto praticamente todos os dias e para a muralha está reservado um financiamento, [mas] não sei através de que programa. O que me disse, para me tranquilizar, é que estaria seguro um valor razoável para a reconstrução (...) Por mais que solicite aos técnicos que estão a trabalhar nesse levantamento, ainda não conseguimos saber o valor exato", afirmou.
O autarca socialista disse que "o levantamento topográfico da zona afetada pela derrocada da muralha está concluído", sendo que "na próxima semana deverá ter, nas mãos, o projeto e o valor necessário para a consolidação dos solos da zona onde ocorreu a derrocada da muralha".
Concluída esta primeira fase de trabalhos, adiantou, o município avançará com a abertura de um concurso público para a elaboração do projeto e para a execução da empreitada de recuperação da muralha.
José Manuel Carpinteira garantiu não terem sido detetados mais danos nos pontos críticos da muralha que estão sinalizados.
"A situação nestas zonas está estabilizada e interditada à visitação do público", sustentou, adiantando ainda não ter sido implementado o sistema de monitorização de toda a zona amuralhada para registar o comportamento das fissuras detetadas na parte norte da Fortaleza da cidade.
"Temos estado em contacto com uma empresa ligada à Universidade do Minho, que já esteve no terreno e que ficou de apresentar uma proposta", disse.
Monumento classificado como Património Nacional desde 1928, a Fortaleza está sob a tutela do Ministério das Finanças.
A fortaleza do século XVII, principal ex-líbris da cidade de Valença, no distrito de Viana do Castelo, é anualmente visitada por mais de dois milhões de pessoas.
O monumento nacional assume particular importância pela dimensão, com uma extensão de muralha de 5,5 quilómetros, e pela história, tendo sido, ao longo dos seus cerca de 700 anos, a terceira mais importante de Portugal.
No concelho, o levantamento dos estragos causados pelo mau tempo fixou em 3,5 milhões de euros, sem IVA, o montante necessário para reparar estradas, muros, e condutas, entre outras infraestruturas.
"Tivemos muitos prejuízos em muitas freguesias, com estradas arrancadas e danos em equipamentos municipais. De facto, os municípios não têm condições orçamentais para poder acorrer, dentro de um prazo razoável, à recuperação de todas as estruturas. Os privados, alguns têm seguros, mas muitos tiveram prejuízos avultados. A Câmara está a fazer o que pode, mas temos de ter o apoio do Governo para isso", disse.
Segundo José Manuel Carpinteira, "dos 3,5 milhões euros de prejuízos apurados, três milhões de euros são em infraestruturas e equipamentos municipais e 500 mil euros em bens de privados, sobretudo habitações".
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