Costa lamenta "profundamente" problemas na "vida interna do Governo"

O primeiro-ministro lamentou hoje "profundamente" os problemas na "vida interna do Governo", reconhecendo que o executivo "deve tomar a lição", mas reiterou que essas situações não se traduzem "num problema" para os portugueses.

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Lusa
11/01/2023 19:07 ‧ 11/01/2023 por Lusa

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Governo

No debate de política geral com o primeiro-ministro que decorre hoje na Assembleia da República, o deputado da Iniciativa Liberal (IL) Carlos Guimarães Pinto acusou António Costa de ter uma "incapacidade" para assumir responsabilidades.

Numa alusão ao executivo britânico liderado pela ex-primeira-ministra Liz Truss e às críticas que Costa tem efeito à IL sobre o assunto, Carlos Guimarães Pinto acusou o chefe o executivo de não hesitar "em atribuir à IL responsabilidades pelo que o Governo de um outro país, de outra família política", faz, enquanto "nunca assumiu responsabilidades pelo que o seu Governo, ou governos do seu partido, fizeram ao país".

"Quando o país cresce, a responsabilidade é do Governo, quando não cresce, é da conjuntura internacional. Até para os erros de nomeação que faz no seu Governo quer agora partilhar as culpas com o Presidente, com o parlamento, com quem quer que seja, que o possa desresponsabilizar", acusou.

Na resposta, o primeiro-ministro salientou que a IL demorou "meses a digerir" as críticas que António Costa lhes tinha endereçado noutro debate no parlamento - em que tinha associado as políticas implementadas por Liz Truss às do partido de Carlos Guimarães Pinto - e considerou que essa crítica "incomodou" os liberais.

"Sabe porque é que vos incomoda? Por uma razão fundamental: é que uma coisa é haver problemas na vida interna de um Governo, ninguém gosta, eu lamento profundamente, lamento perante os portugueses, os portugueses não gostam, censuram o Governo por isso, e o Governo deve tomar a lição. Mas é um problema interno à vida do Governo, nenhum destes problemas se traduziu num problema para qualquer portuguesa ou para qualquer português", referiu.

Por oposição, Costa defendeu que o aconteceu com o Governo de Liz Truss foi que "a cartilha liberal foi aplicada com uma tal transparência e determinação", que demonstrou quais são os resultados concretos desse tipo de políticas.

O primeiro-ministro referiu que o "primeiro resultado prático" da política de Liz Truss foi a "brutal subida da taxa de juros" e o "Banco de Inglaterra ter sido obrigado a resgatar não a TAP, mas três fundos privados de pensões que estavam à beira da falência, fruto da forma como irresponsavelmente foi aplicada a cartilha liberal".

"Portanto, senhor deputado, o que verdadeiramente conta para os portugueses que estão lá em casa não é saber se o secretário de Estado é A ou é B, o que lhes interessa mesmo é saber a estabilidade da sua vida", referiu.

Para António Costa, aquilo que os portugueses "ficaram a saber com o exemplo da senhora Truss" é que, se algum dia tivessem "a desdita de a IL formar Governo ou ser sequer parte de Governo com o PSD", isso levaria à "brutal destruição" das finanças públicas portugueses e "à intervenção massiva para resgatar todos aqueles que seriam afetados pela subida dramática da taxa de juro".

Antes destas intervenções, o líder da parlamentar da IL, Rodrigo Saraiva, considerou que a moção de censura ao Governo que foi debatida na semana passada na Assembleia da República teve um efeito positivo em António Costa.

"Analisando aquilo que foi a primeira ronda deste debate, com o senhor primeiro-ministro mais contido, se tivermos em conta aquilo que foi o PS anunciar que iria viabilizar uma comissão de inquérito, se tivermos em conta que o PS esta semana já viabilizou duas audições a duas ministras, eu diria que a moção de censura foi uma verdadeira terapia para o primeiro-ministro", disse.

Pouco depois, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, pediu a palavra para garantir que, se o intuito da moção de censura era que os deputados socialistas viabilizassem uma comissão de inquérito e aprovassem a ida de ministros ao parlamento, o PS "vai manter a compatibilidade adequada".

"Desde o princípio da legislatura, considerando o Orçamento do Estado e as audições, já vieram a este hemiciclo 119 vezes os senhores ministros e as senhoras ministras, e que a taxa de aprovação dos requerimentos da vinda de ministros a este parlamento é de 64%. Por isso, senhor deputado, não era preciso ter feito uma moção de censura", disse.

[Notícia atualizada às 19h27]

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