A greve por distritos dos professores, convocada pelos sindicatos ASPL, FENPROF, PRÓ-ORDEM, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU, teve início esta segunda-feira, em Lisboa e, no primeiro dia, "mais de 150 escolas fechadas devido à greve dos professores e muitas outras escolas sem aulas em todo o distrito", conta a FENPROF em comunicado. Até às 13h00 de hoje, o sindicato anunciava uma adesão superior a 90%.
Aos jornalistas, o Secretário-Geral da FENPROF revelou, citado em comunicado, que "estas escolas estão fechadas exclusivamente devido à greve dos professores, e que há muitas outras escolas sem aulas e a funcionar com uma pequena percentagem de docentes ao serviço" porque, segundo denúncias recebidas na FENPROF, "a Inspeção-Geral da Educação e Ciência estará de visita a várias escolas do país, com instruções do Ministério da Educação para que estas se mantenham abertas mesmo se só estiver um professor ao serviço".
A greve de professores por distritos, convocada por uma plataforma de oito organizações sindicais, começou hoje e prolonga-se por 18 dias.
Depois de Lisboa, na terça-feira será dia de greve em Aveiro, seguindo-se Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu, terminando no Porto a 08 de fevereiro.
Esta semana, os sindicatos têm reuniões agendadas com responsáveis do Ministério da Educação para discutir, entre outras matérias, o novo modelo de recrutamento e colocação de professores, que tem sido um dos assuntos que tem gerado mais contestação.
Mário Nogueira recusou as criticas de os sindicatos terem avançado para uma greve antes de terminadas as negociações, lembrando que as negociações começaram no ano passado e que a FENPROF tinha anunciado em dezembro que iria esperar até 10 de janeiro para ter respostas da tutela.
"A greve não começou antes, a greve começa hoje", afirmou Mário Nogueira, acrescentando que "a greve começa porque não houve respostas até dia 10 e o ministério decidiu fazer um braço de ferro com os professores e não dar resposta".
A FENPROF é uma das organizações convocada para reunir com responsáveis do ministério a 20 de janeiro e Mário Nogueira deixa o aviso: "Se no dia 20 as respostas não forem a que os professores estão a contar, a greve vai continuar e com uma adesão ainda maior do que aquela que teve até hoje".
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