O ministro da Saúde reconheceu, esta terça-feira, que houve uma "falha" no caso da grávida de Torres Vedras que foi encaminhada para o Hospital de Abrantes, cujo serviço de urgência obstétrica se encontrava encerrado, no passado domingo. A mulher teve de percorrer cerca de 200 quilómetros até chegar ao Hospital Distrital de Santarém, onde se encontra internada.
"O que eu desejaria era que não houvesse nunca nenhuma falha em nenhum elemento do sistema de saúde e, desse ponto de vista, só posso lamentar que tenha havido um lapso", referiu Manuel Pizarro aos jornalistas, à margem da cerimónia de encerramento da comemoração dos 30 anos do Infarmed, em Lisboa.
O governante frisou, ainda assim, que o lapso foi "prontamente reconhecido" e que "a grávida em causa foi atendida no hospital para onde foi enviada, em Abrantes", e depois "prontamente enviada em segurança para o hospital de Santarém".
"Estamos a falar de um sistema que faz dezenas de milhares de atendimentos por dia; a nossa obrigação é minimizar a ocorrência de falhas e de lapsos e estamos a trabalhar para isso", assegurou.
Tal como já garantiu o INEM, o ministro adiantou que já está a ser apurada a causa dessa "falha", mas defendeu que o mais importante "é garantir que ela não se repita". "A verdade é que, nos últimos fins de semana, esta é a única falha que nos foi reportada", apontou.
Apesar de tudo, estamos a falar de uma falha em muitos milhares de atendimentos"
Manuel Pizarro reiterou, em declarações à comunicação social, que não há carência de nenhum medicamento essencial nas farmácias portuguesas e anunciou que uma das medidas a ser avançada para o evitar é "elaborar uma lista de medicamentos críticos" para assegurar que isso não acontece.
Essa lista, elaborada por peritos, será validada por parceiros e, "em relação a cada um dos produtos" serão tomadas "medidas especiais" para estas não faltem nas farmácias.
Mesmo assim, o ministro acrescenta que "o problema de dificuldade de abastecimento de alguns medicamentos é um problema que não existe apenas em Portugal", mas "generalizadamente na União Europeia" e tem muitas causas, designadamente ligadas às cadeias logísticas.
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