A operar há quase três semanas nos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa na margem norte do Tejo, a Carris Metropolitana tem recebido críticas por parte de passageiros relacionadas com atrasos constantes e supressões de autocarros.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (SITRL), João Casimiro, garante que a falta de motoristas é a razão para as supressões registadas nesta transportadora, que assegura serviços nos concelhos de Odivelas, Loures, Mafra e Vila Franca de Xira.
"Essa é a grande preocupação neste momento", acrescenta João Casimiro, que refere dificuldades sentidas por motoristas imigrantes em arranjarem casa em Portugal e que alguns estarão inclusivamente a passar fome.
Também José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), fala num número de motoristas "insuficiente" para os horários existentes na Carris Metropolitana.
Sobre a formação de motoristas novos, José Manuel Oliveira diz que ainda há um "conjunto de trabalhadores que não pode exercer por não estar certificado pelo IMT (Instituto da Mobilidade e dos Transportes)".
Ainda assim, "está tudo a entrar nos eixos", reconheceu João Casimiro, com "acertos" no trabalho dos motoristas que estão a "habituar-se" aos novos serviços.
Apesar de a nova rede da Carris Metropolitana ter linhas de quatro dígitos, continuam a circular alguns autocarros com a numeração antiga de três dígitos.
João Casimiro refere também que há validadores de bilhetes e passes à entrada de veículos que não têm funcionado devido a problemas técnicos, situação que leva os passageiros a entrarem sem validar o título de transporte.
Depois de começar no verão de 2022, nos concelhos do distrito de Setúbal ("áreas 3 e 4"), a Carris Metropolitana, gerida pela Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), arrancou na margem norte do Tejo em 01 de janeiro com um reforço da oferta, entre novas carreiras e o ajuste de horários e percursos de linhas que se mantêm.
A Viação Alvorada, empresa que fundiu a Vimeca e a Scotturb, é responsável pela "área 1" da Carris Metropolitana: opera nos concelhos de Oeiras, Sintra e Amadora, com ligações intermunicipais a Cascais e Lisboa.
Já a Rodoviária de Lisboa serve a "área 2", composta pelos municípios de Odivelas, Loures, Mafra e Vila Franca de Xira e com percursos intermunicipais com Lisboa.
Contactada pela Lusa, a TML não respondeu, até ao final desta tarde, às questões colocadas sobre as supressões de autocarros referidas por passageiros da Carris Metropolitana.
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