Deolinda Machado falava à Lusa no final da audição do Conselho de Opinião na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.
"A questão mais valorizada e que, de facto, nós também no Conselho de Opinião evidenciamos é a questão do financiamento", disse Deolinda Machado, que sucedeu a Manuel Coelho da Silva no cargo em novembro, na sequência da morte deste último.
"Porque um serviço público de qualidade não pode viver sem aquilo que lhe é devido", prosseguiu, apontando que, para que uma empresa "possa fazer o seu plano de pagamentos, de investimento" em várias áreas dada a evolução tecnológica, é necessário que lhe seja pago o que é devido, neste caso o acionista Estado, desde 2003, refere.
E se não houver "um horizonte" para a planificação do financiamento em dívida é difícil gerir a empresa, uma vez que a RTP "há muito tempo que precisa de fazer investimentos de grande nível".
Para que "haja qualidade - e a RTP é a nossa referência no nosso panorama audiovisual português - tem de haver essa medida devidamente implementada", defendeu Deolinda Machado, acrescentando que a questão do contrato de concessão é outro tópico que foi abordado na comissão parlamentar, que "não é de somenos importância", o qual "deverá ser analisado em conjunto com a lei e com os estatutos porque há muita matéria de relevância que deverá continuar em evidência" no panorama legislativo, prosseguiu.
A presidente do Conselho de Opinião destacou ainda o papel da rádio pública, que "é muito importante e tem que ser cada vez mais valorizada", tal como as campanhas de rádio, a autopromoção, "tendo em conta aquilo que são os níveis de audiência".
Isto "porque queremos que os jovens acompanhem, e estão a acompanhar em multimédia, naturalmente, mas é preciso toda a esta visão, e daí a proposta que o Conselho de Opinião faz de promover uma conferência internacional este ano, em maio, para discutir a rádio e televisão a 10 anos", disse.
Isto porque "não podemos pensar só sobre o dia de amanhã, mas a planificar daqui a 10 aos", rematou.
Relativamente à atualização da Contribuição para o Audiovisual (CAV), que deveria ser atualizada ao valor da inflação, a presidente do Conselho de Opinião disse que neste momento isso "será muito difícil" dada a atual situação das famílias portuguesas e o aumento do custo de vida.
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