O protesto organizado pelo Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP) "em apenas sete dias" contou com a adesão de "um mar de gente", sublinhou à Lusa o coordenador do STOP, André Pestana.
A marcha de 3,5 quilómetros percorreu as ruas que ligam o ministério da Educação, na Avenida 24 de Julho, ao jardim em frente ao Palácio de Belém, onde um grupo representante dos profissionais de educação será recebido hoje por assessores de Belém.
Os primeiros manifestantes chegaram aos jardins por volta das 16:15 e só passados 45 minutos chegaram os últimos, que estão contra a definição de serviços mínimos nas escolas para as greves agendadas pelo STOP para os primeiros dias de fevereiro.
Em declarações à Lusa, o advogado António Garcia Pereira, que tem dado apoio jurídico ao STOP, considerou "errada a decisão" de avançar para serviços mínimos, considerando que o objetivo era "intimidar os trabalhadores": "Mas não vai afetar nada, porque a disposição de luta dos profissionais está aqui a vista. São mais de cem mil pessoas aqui".
"O decretamento dos serviços mínimos visava um efeito intimidatório e esse falhou redondamente", disse à Lusa, considerando "mais do que justas e devidas" as reivindicações dos professores e pessoal não docente.
O STOP exige um aumento mínimo de 120 euros para todos os que trabalham nas escolas. Os docentes pedem a devolução do tempo de serviço congelado e o fim das quotas e vagas de acesso aos 5.º e 7.º escalões.
"O Governo convenceu-se que conseguiria levar os profissionais de educação a dar um passo atrás, mas eles deram um passo à frente", disse Garcia Pereira.
"Não paramos" é uma das palavras de ordem dos manifestantes que vieram de todo o país e hoje representam as escolas desde o pré-escolar até ao ensino secundário.
A manifestação de hoje é a terceira organizada pelo STOP desde dezembro, estando agendada uma outra para fevereiro, que foi convocada pela plataforma de sindicatos que junta, entre outras organizações, a Federação Nacional de Professores (Fenprof) e a Federação Nacional de Educação (FNE).
O protesto de hoje conta com um camião com sistema de som que acompanhou todo o percurso e está agora estacionado no jardim em frente ao Palácio de Belém, onde professores e trabalhadores não docentes de todo o país têm dado o seu testemunho sobre as dificuldades com que lidam nas escolas.
"Justiça por uma vinculação injusta" ou "Respeito" são algumas das mensagens dos manifestantes.
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