"É possível criar emprego com investimento na área social, (...) ao mesmo tempo que aumentamos e melhoramos as oportunidades para os mais carenciados", afirmou a governante, na cerimónia de inauguração de duas residências autónomas para pessoas com deficiência.
Promovido pela Cooperativa para a Educação, Reabilitação e Capacitação para a Inclusão (CERCICOA), o projeto das Residências de Autonomização e Inclusão representou um investimento de 450 mil euros, financiado em 85% por fundos comunitários e em 15% por verbas da instituição.
A Câmara de Castro Verde também apoiou o projeto, cedendo o lote onde foram construídas as duas residências, com um valor estimado de 60 mil euros.
A autarquia concedeu ainda um apoio financeiro direto de 20 mil euros ao projeto, assim como diversos apoios de "natureza logística e operacional".
No seu discurso na cerimónia de inauguração, a ministra da Coesão Territorial afirmou que as duas novas residências autónomas para pessoas com deficiência em Castro Verde "fazem o pleno".
Segundo Ana Abrunhosa, mostram como se está "a mudar o paradigma na oferta de cuidados aos mais frágeis" em Portugal e "não são apenas importantes para o município de Castro Verde, mas também para os municípios vizinhos".
"Ninguém duvida que estas unidades e os serviços que vão prestar são um verdadeiro serviço público", acrescentou.
Também presente na cerimónia, o presidente da Câmara de Castro Verde, António José Brito, elogiou "toda a dimensão do trabalho meritório que, ao longo dos últimos anos, a CERCICOA tem desenvolvido" no território.
O autarca alentejano disse ainda que as novas residências autónomas são "mais um passo e mais uma resposta" num trabalho coletivo "de muita gente e que tem de ser acompanhado com a proximidade dos municípios e das populações".
Por sua vez, o presidente do conselho de administração da CERCICOA, António Matias, reconheceu que esta nova resposta social da instituição na sede de concelho vai permitir aos seus residentes "melhor qualidade de vida" e o "exercício de uma cidadania o mais participativa possível".
O responsável aproveitou ainda a presença da ministra para alertar para a necessidade de "políticas públicas que comecem a inverter a tendência demográfica negativa" do interior do país.
No caso do Alentejo, apontou, aludindo aos Censos 2021, a região perdeu "12% de população residente, 9% de empregadores e 8% de ativos".
"Mas crescemos 58% em alojamentos coletivos de apoio social, o que significa que a perda de população no Alentejo é preocupante e que o setor social começa a ter muita dificuldade em contratar trabalhadores para os mais diversos serviços e especialidades", reforçou.
Esta realidade levou o presidente da CERCICOA a pedir a "rápida introdução de medidas de natureza económica, para que a atração de recursos humanos [para o setor social] seja uma realidade e que incentive a fixação de pessoas no interior".
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