"Eu há muito tempo que ando para fazer aquilo que vou fazer hoje, porque tive de esperar o tempo suficiente para poder fazê-lo, que era agradecer de forma especial a essa jovem, sempre jovem, Cristina Siza Vieira, o trabalho destes 10 anos, mais de 10 anos ligada à responsabilidade social", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Esta atribuiu esta condecoração no encerramento da cerimónia do programa de responsabilidade social e sustentabilidade ambiental HOSPES, desenvolvido pela AHP.
"Vou-lhe entregar uma condecoração que já podia ter entregue mas não queria entregar enquanto havia incompatibilidade", anunciou Marcelo Rebelo de Sousa, que condecorou Cristina Siza Vieira com o grau de comendadora da Ordem do Mérito.
O chefe de Estado referia-se ao facto de Cristina Siza Vieira ser casada com o ex-ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital Pedro Siza Vieira, que deixou de integrar o Governo no ano passado.
O Presidente da República apontou que, apesar de agora existir um questionário que quem for nomeado para o Governo tem de preencher, atualmente "não há problema de incompatibilidade" no que toca à vice-presidente executiva da AHP.
"Finalmente, ela merece, vai receber aquilo que poderia ter recebido noutras circunstâncias", considerou, tendo apontando também que em 2021 e 2022 não se realizou esta cerimónia devido à pandemia de covid-19.
Cristina Siza Vieira, jurista, tornou-se em 2010 presidente executiva da AHP, depois de ter sido adjunta da presidência do Conselho de Administração da Amorim Turismo e diretora-geral do Turismo.
A dirigente é a criadora do programa HOSPES, com uma década de existência, no âmbito do qual já foram doados mais de 240 mil bens por hotéis portugueses a cerca de uma centena de instituições de solidariedade social.
Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa começou por assinalar que está ligado ao programa HOSPES "desde o início da história", em 2012, quando "estava noutras funções" e ainda não era Presidente da República.
"Vivia-se uma crise e uma crise bastante profunda" e a hotelaria "queria mostrar eu estava viva e solidária", assinalou o chefe de Estado, indicando que "tratava-se de distribuir colchões".
"E lá vim eu participar nessa aventura dos colchões. Dizemos isto com alguma leveza, mas nem sabemos como eram importantes aqueles bens para tantas, tantas, tantas famílias", referiu, apontando que daí para a frente a "solidariedade da hotelaria foi constante e renovada e redobrada".
Marcelo assinalou também que "há uma necessidade de empregos, há uma necessidade de resposta em termos de bens para carências sociais agravadas, porque as crises não pararam", indicando que "depois da chamada crise da 'troika', houve a pandemia, e já depois da pandemia houve a guerra e com a guerra houve alguns aspetos críticos em termos económicos, financeiros e sociais".
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